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O senhor orkut

Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora | LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO
Manifestantes deitaram de mãos dadas no calçadão por cerca de meia hora (Foto: LUISA DE PAOLA/ AFP PHOTO)

Ele tem 32 anos, mas parece ter 18. Orkut Buyukkokten, de origem turca, é o responsável pelo maior sucesso da história da internet brasileira. A ferramenta criada por ele, um portal de relacionamentos que leva seu nome, é hoje um verdadeiro ciberespaço tupiniquim. Em 2003, há exatos quatro anos, a novidade chegou ao Brasil e pegou de tal forma que hoje somos 56% dos 43 milhões de seus usuários no mundo. Orkut – o homem, não o site – também cresceu em prestígio e hoje é gerente de produto no Google. Ele ainda trabalha com sua criação, dando consultoria, mas também desenvolve outros projetos (que não pode revelar ainda) para a gigante de Mountain View. Como os executivos bem-sucedidos, viaja pelo mundo dando palestras sobre redes sociais na web (também conhecidas como ferramentas de networking) e se reúne com grupos de trabalho para ver como melhorar a experiência dos usuários. É o que está fazendo no Brasil há 10 dias e onde deve permanecer até o próximo fim de semana. No Rio de Janeiro, fez todos os programas de turista: foi ao Maracanã, ao Pão de Açúcar, ao Porcão, saltou de asa delta e fez um álbum especial no Picasa sobre a cidade maravilhosa – que amou –, com legendas em português. O criador do Orkut é membro de comunidades sobre discotecas de San Francisco, nos Estados Unidos, mas não há notícias de que tenha aproveitado a badalada vida noturna carioca.

Em São Paulo, o programador aproveitou para visitar o escritório central brasileiro do Google e cumprir uma agenda de eventos. Antes de partir de volta aos Estados Unidos, Buyukkokten visita ainda Belo Horizonte, onde a empresa mantém um centro de tecnologia. O criador do Orkut, enfim, está no país do Orkut.

Em palestra proferida no Hotel Sofitel, em Copacabana, o executivo disse que veio ao Brasil se encontrar com estudantes e conhecer universidades, além de visitar as instalações da companhia no país. A idéia é garimpar talentos para a gigante mundial de tecnologia, conhecida pela ousadia na gestão de seus negócios. Foi a empresa de mídia com maior crescimento nos últimos anos e, hoje, tem valor de mercado cerca de US$ 120 bilhões.

"O Google veio conhecer vocês", disse Buyukkokten à platéia que o esperava no hotel. Antes, ele havia feito apresentações para alunos do Departamento de Informática da PUC-Rio e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na comunidade criada no Orkut em homenagem à sua estada no Brasil, estudantes que participaram dos eventos derreteram-se em elogios à "simpatia" e "simplicidade" do executivo. Houve também algumas brincadeiras com seu gosto por camisas de cores fortes e estampas chamativas, com as quais foi visto pela cidade.

Embora Buyukkokten tenha se mantido afastado da imprensa sua passagem pelo Rio foi bem menos discreta do que a de seu patrões, Larry Page e Sergey Brin, no início do ano passado. Os "Google Boys", assim conhecidos por terem criado a ferramenta de pesquisas mais acessada do planeta, já haviam conhecido uma usina de cana-de-açúcar no interior de São Paulo e só foram notados na cidade após terem os cartões de crédito recusados em um restaurante badalado do Leblon, na zona sul.

Já Orkut Buyukkokten, nascido na Turquia e criado na Alemanha, tem um séquito de fãs no país, a julgar pelo que se vê em suas páginas no site de relacionamentos. Hoje, os brasileiros representam mais da metade dos usuários do Orkut, o que levou a empresa a lançar, em 2005, uma versão em português. Por outro lado, o grande número de páginas com apologia à violência, racismo e tráfico de drogas tornou o site alvo de ações do Ministério Público Federal. Buyukkokten disse ao site G1 que o Orkut reflete a sociedade e, por isso, tem aspectos positivos e negativos.

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