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Mercado editorial

O sotaque paranaense da família Aurélio

Abel Braga faz várias mudanças no Internacional | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Abel Braga faz várias mudanças no Internacional (Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo)

Dizem por aí que o Aurélio é um dos livros mais vendidos no Brasil depois da Bíblia – um claro exagero, considerando-se que a venda da Sagrada Escritura chega a 5 milhões de exemplares por ano. Mas o "boato" dá uma idéia da importância da obra no mercado editorial brasileiro. Quando passou às mãos da Editora Positivo, em 2003, estimava-se que ele respondia por cerca de 50% do mercado de dicionários, e este é o levantamento mais recente das vendas do segmento. O lançamento de um concorrente de peso, o Houaiss, em 2001 – depois de 15 anos de estudo e com cerca de 60 mil verbetes a mais, na época –, chegou a causar um certo alvoroço no mercado. Mas não foi suficiente para tirar do velho "Aurelião" o título de dicionário mais vendido do país.

Anualmente a editora paranaense imprime 30 mil exemplares da publicação. Cada um traz, em suas mais de 2,1 mil páginas, a definição de 435 mil verbetes.

Em 2004, a Positivo revisou e imprimiu a terceira e última versão do Aurélio, que está no mercado. Mas a editora ainda não assinou o lançamento de uma nova edição do volume completo e do mini Aurélio, desde que assumiu os direitos de publicação e comercialização da obra. Segundo a gerente editorial da Positivo, Vitória Rodrigues e Silva, a cada impressão o dicionário passa constantemente por revisões e sofre algumas alterações, mas não há nenhuma previsão de uma nova edição. "Para isso seria necessário um trabalho de mais envergadura." Já o Aurelinho, voltado ao público infantil, é revisado todo ano – e tem definições próprias para cada verbete, adaptadas para o público usuário.

A própria gerente admite, no entanto, que já seria necessário começar esse trabalho. Vitória diz que o ideal seria que a nova edição chegasse ao mercado dentro de dois ou três anos – e é esse justamente o tempo que ela estima ser necessário para concluir o trabalho. "Não pensamos nisso ainda por conta do que ela representa em termos de investimento de tempo, de equipe e mesmo de dinheiro."

A decisão de começar a 4.ª edição do Aurélio, no entanto, não cabe apenas à Editora Positivo. Os trabalhos em cima do dicionário são sempre feitos em parceria com a viúva do autor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Dona Marina Baird Ferreira – que vive no Rio de Janeiro. É ela quem "cuida" da obra desde que o marido faleceu, em 1989. Qualquer mudança no Aurélio – mesmo que parta de equipe editorial do Positivo – precisa necessariamente passar pelo crivo da equipe carioca. Da mesma forma, quando for feita, a nova edição será resultado de uma parceria entre as duas equipes.

Vitória lembra, no entanto, que o trabalho de atualização de um dicionário como o Aurélio acontece quase que diariamente. "Ele recomeça no dia seguinte à impressão. As alterações vêm de muitas frentes, são equívocos de impressão, verbetes novos, ou mesmo em decorrência das próprias mudanças do mundo", diz. "De repente Plutão não é mais um planeta, e você precisa alterar a definição da palavra."

Coleção

Além do próprio "Aurelião", a marca está em outros 13 produtos – e dá uma noção da sinergia do trabalho do grupo em cima da obra. As versões impressas são desenvolvidas e comercializadas pela editora, as eletrônicas pertencem à Positivo Informática (cujo selo está em 7 dos 13 produtos) e o conjunto da obra é impresso pela Posigraf, a gráfica do grupo.

O lançamento mais recente da linha Aurélio é um Novo Corretor – conjunto de ferramentas lingüísticas com corretor ortográfico e sintático, dicionário de sinônimos e antônimos, oito dicionários temáticos, hifenizador e editor de texto. O produto chega ao mercado licenciado pela Positivo Informática.

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