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Empreendedorismo

O sucesso do cachorro-quente verde

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Vídeo: (Foto: Reprodução RPC TV)

Há pelo menos três anos, a esquina das ruas Manoel Pedro e Munhoz da Rocha, no Cabral, é ponto de encontro de vegetarianos curitibanos. E, acredite, ao redor de um carrinho de cachorro-quente. Para abrir o negócio, os sócios do Super Dog, Paulo Sérgio Campi e Carlos Alberto Tostes, levaram a sério aquela que parece ser a lei máxima do empreendedorismo: crie um diferencial. Neste caso, ele tomou forma de salsicha de soja e glúten, maionese vegetal e pão sem ovos nem leite. "O cachorro-quente tradicional ajuda a sustentar o negócio. Mas não tenho dúvida que as opções vegetarianas foram o nosso grande acerto", diz Campi.

Por acerto ele entende um faturamento bruto de pelo menos R$ 20 mil mensais, com uma margem de lucro de 60%, resultado da venda diária de 200 a 220 cachorros-quentes. A versão vegetariana do lanche responde atualmente por cerca de 40% do total vendido. "Nos fins de semana já empata." O cardápio oferece cinco tipos de sanduíches na versão vegetariana e outros dez tradicionais – todos com nomes de raças de cachorro. No início, quando as vendas ficavam na casa das 70 unidades, eram apenas dois tipos exclusivos para aqueles que optam por não consumir produtos de origem animal. "Nem nós imaginávamos que iria dar tão certo."

Por causa dos ingredientes especiais, o custo do cachorro-quente vegetariano é cerca de 50% maior. E, claro, o preço para o consumidor também é maior. Um São Bernardo tradicional (como é chamado o sanduíche com quatro queijos, milho, tomate, purê de batata e batata palha) custa R$ 3,50. Os vegetarianos pagam R$ 3,75.

Apesar da diferença de preço, é justamente nas opções especiais que os empresários vêem grandes chances para o negócio continuar crescendo. "Ainda recebemos a visita de novos clientes. Muita gente ainda está conhecendo", diz. "Também temos muitos clientes fiéis, vegetarianos ou não. Gente que prova, gosta e troca porque é uma opção mais saudável."

O agente de viagens Daniel Orasmo – vegetariano há 8 anos – é um desses clientes de carteirinha do Super Dog. Recentemente ele diminuiu a freqüência de visitas ao carrinho de quatro para duas vezes ao mês – "devido aos meus horários de trabalho e porque moro longe do Cabral" – mas nunca deixou de ir. "Eu fazia cachorro-quente em casa, com a mesma salsicha. Mas bem mais simples."

Fora de casa, Orasmo considera difícil encontrar opções parecidas. "Não conheço nenhum outro lugar em Curitiba que tenha cachorro-quente vegetariano. Só em São Paulo e Joinville", diz. "O que a gente encontra hoje em dia são opções de lanches nos cardápios de algumas lanchonetes tradicionais."

Foi justamente por perceber essa carência de opções que a dupla criou o Super Dog. Na época, Tostes já era vegetariano e Campi, como ele mesmo define, pré-vegetariano. "Aderi depois, com o tempo", lembra. "Já tínhamos muitos amigos com o mesmo hábito e percebíamos que não havia muitas opções na hora de sair para comer. Éramos um público em que ninguém acreditava."

Depois de ser demitido do antigo trabalho – na área de venda de um supermercado –, Campi decidiu apostar no sonho antigo de ter um negócio próprio. O projeto inicial, abrir uma lanchonete, esbarrou na falta de dinheiro. "Era caro demais para o risco do negócio." O investimento na barraquinha de cachorro-quente, mais perto do pretendido, foi de R$ 7 mil – e incluiu o próprio carrinho, os ingredientes e uma série de "cuidados" especiais: logomarca, comunicação visual e cardápios especiais.

Desde o começo, são os próprios donos que recebem os clientes e preparam os lanches. São os sócios também que preparam a maionese especial e o purê de batatas com leite de soja. Mas, por causa do movimento crescente, eles têm planos de contratar um auxiliar. "Estamos procurando há algum tempo."

O ponto também foi escolha dos dois sócios. "Outro acerto importante", diz Campi. A prefeitura não cobra aluguel dos cerca de 600 carrinhos de cachorro-quente que funcionam hoje na cidade. "Mas é tudo muito bem controlado."

Apesar do sucesso, pelo menos por enquanto a dupla não tem planos de ampliar a própria frota. "Como somos só ele e eu, teríamos que nos dividir para seguir o mesmo conceito. Mas estamos super satisfeitos. Empregados, dificilmente ganharíamos o que ganhamos hoje."

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