Embora o "pico" da migração de paranaenses para o Mato Grosso tenha ocorrido nos anos 80, o fluxo nunca chegou a parar. Em tempos recentes, muitos dos recém-chegados passam longe do campo. Estabelecem-se nas cidades, com a proposta de atender a necessidades que, provavelmente, não existiriam se não fosse a presença dos primeiros migrantes. São médicos, advogados, fisioterapeutas e outras especialidades que atestam o quanto as pequenas cidades estão se modernizando, com a introdução de profissionais mais especializados.
Foi essa nova onda que chegou a Rondonópolis, em 1990, o recém-formado Humberto Silva Queiroz, advogado londrinense. Ele mudou-se para Rondonópolis depois de ouvir as histórias de sucesso de dois primos que tinham migrado na década anterior. Em pouco tempo, ganhou a simpatia de muitos dos grandes empresários da cidade e passou a representá-los em causas trabalhistas. A certa altura, ele chegou a advogar em uma de cada dez ações trabalhistas impetradas em Mato Grosso. "Acho que eu cheguei aqui preparado para um nível de competitividade que não existia", explica Queiroz.
Com o sucesso de sua primeira empreitada, Queiroz passou a uma segunda etapa: tornou-se sócio de uma das quatro instituições privadas de ensino superior que existem na cidade. Rondonópolis conta ainda com um câmpus da Universidade Federal de Mato Grosso, cuja sede é em Cuiabá. Sua Faiesp (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Sobral Pinto) oferece cursos de Administração e Ciências Contábeis. E, como não poderia deixar de ser, já solicitou ao Ministério da Educação a abertura de uma turma de Direito.
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