Embora a essência de alguns trabalhos, como a pintura, tenha sido pouco alterada desde a sua possível criação, tantos outros ofícios puderam experimentar a facilidade, o conforto e a segurança que as novas tecnologias trouxeram com o tempo. Que o digam a medicina, os dentistas, cirurgiões e tantos outros empregos que, graças à tecnologia, podem operar, realizar diagnósticos e outros procedimentos antes nunca imaginados. O mesmo vale para a indústria, o comércio e os serviços.
Eu mesmo acabei me rendendo aos modernos tablets e celulares de toque. Eu, que sofria para digitar no celular, esses dias descobri que não preciso digitar mais nada. Basta pressionar um botão e dizer o que você deseja, que ele escreve ou realiza alguma operação por você.
O desenvolvimento de novas tecnologias levou as empresas a, obviamente, se virem obrigadas a alcançar resultados cada vez melhores, oferecendo melhores serviços e produtos ao público. Caso contrário, perdem para a concorrência, que pode ter acesso a essas mesmas tecnologias.
Há pouco mais de duas décadas, essa concorrência foi estendida à proporção mundial. Todos agora competem por um preço menor, por mais tecnologia, maior qualidade, um ambiente de trabalho melhor. Em qualquer loja que entramos, é possível encontrar dezenas de produtos feitos na China, Japão, Vietnã, Coreia. Aliás, o difícil é encontrar produtos que não venham desses lugares. O que muitos de nós devíamos nos perguntar é: porque não são os nossos produtos que estão nas prateleiras gerando riquezas ao nosso país? Porque importar esse tipo de material, se podíamos tornar nosso país mais rico com a nossa produção? Mas isso é assunto para outros especialistas tratarem.
Por esses e outros fatores, as empresas precisam atualizar-se com novas tecnologias. Isso inclui o investimento não somente em máquinas novas e mais modernas, mas também em softwares e (muito importante) na qualificação dos profissionais que irão utilizar estas tecnologias. Isso se faz necessário porque o emprego destas novas tecnologias geralmente agrega benefícios ao trabalhador ou ao usuário final. O tempo de produção cai, e fatores como a qualidade, produtividade e precisão aumentam.
A tecnologia deixou de ser dispensável para muitos casos e passou a ser uma necessidade humana. Uma extensão de nossos braços e pernas, de nossas mentes, como explicou Marshall McLuhan em 1964. Tornamo-nos "ciborgues" e atualmente dependemos dessas máquinas para realizar operações que nossa simples condição humana não consegue, como diz a visionária Amber Case.
Portanto, cabe a nós atualizarmos essas nossas "próteses" (aparelhos propriamente ditos) e "chips" (os conhecimentos que possibilitarão operar as próteses) com certa frequência. As empresas e pessoas que não acompanham estas mudanças se tornarão, em pouco tempo, obsoletas. Há empresas que optam por não investir nisso e ficam estacionadas. Então, para que se mantenham competitivas no mercado, acabam deturpando o próprio preço, o serviço, a qualificação dos funcionários. Isso, obviamente, afeta a qualidade do serviço e do prazo de entrega do que é comercializado. Por fim, tornam-se reféns da condição que eles mesmos optaram por oferecer.
Tenho dois exemplos que talvez alguns leitores não tenham vivenciado. O primeiro deles é o Telex, um sistema internacional de comunicações escritas, que foi utilizado com certa robustez no Brasil até meados da década de 1990. Utilizei muito esse sistema há algumas décadas para me comunicar com outras unidades e filiais da empresa. O que há de errado com essa tecnologia de comunicação? Nada. Porém, comparada a outras mais novas e atuais, ela não seria mais apropriada para as necessidades atuais das empresas. O segundo exemplo é de quando havia centrais de telefonistas para conectar (literalmente) as linhas e completar ligações telefônicas. Isso existia no Brasil até os idos de 1995. Li há algum tempo que, se dez anos atrás essa tecnologia ainda fosse utilizada nos EUA, seriam necessárias 250 milhões de telefonistas. A população deles, em 2010, era de quase 310 milhões.
A necessidade de acompanhar as mudanças não se restringe às empresas, mas também aos funcionários, que devem se capacitar para que desfrutem destas novas condições da melhor maneira possível. Aliás, deixar de se qualificar, estudar, aprender é péssimo. Apesar de eu ter aprendido um bocado após todos esses anos, ainda sinto que tenho muito a aprender. E estar "antenado" com estas mudanças no mundo, sejam elas formais ou informais, é mais que importante para que continuemos o processo de desenvolvimento humano. O conhecimento nos eleva a um estado de consciência superior, nos torna profissionais e pessoas melhores, ficamos mais conscientes de nossa posição e missão nesse mundo.
Porém, certas vezes, a empresa não tem condições de adquirir tais máquinas ou programas, ou simplesmente não quer fazê-lo por parecer dispendioso ou não proveitoso. Em outros casos, ela possibilita que novidades entrem na empresa, mas as pessoas resistem às mudanças, achando que o modo antigo de fazer era melhor, ou mais cômodo. Há também as pessoas que gostariam de se qualificar mais, mas esperam que a empresa lhes dê isso.
O importante, neste contínuo processo de adaptação e atualização, é lembrar que tanto o profissional quanto a empresa devem ser flexíveis a mudanças e isso nem sempre é uma realidade. Porém, é necessário encarar o desafio. Como dizem: renda-se ao novo ou você pode virar peça de museu.
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