| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Diante de uma greve com quase um mês de duração, a Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco (OAB-PE) entrou com uma ação judicial solicitando a prisão da presidente do Sindicato dos Bancários do estado, Suzineide Rodrigues. A medida vem com intuito de forçar a categoria a cumprir uma determinação judicial que exige uma quantidade mínima de funcionários em atendimento nos caixas durante a greve.

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Segundo determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em Pernambuco, as agências deverão abrir por duas horas diárias e manter 30% dos funcionários trabalhando.

A OAB também pediu o aumento da multa estabelecida pelo descumprimento da ordem judicial, passando de R$ 10 mil para R$ 100 mil por dia, e a abertura de um inquérito policial contra a representante do sindicato para investigar irregularidades na greve.

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De acordo com o sindicato, existem hoje 625 agências no estado. Aproximadamente 562, ou 90% do total, estão fechadas por causa da mobilização. A OAB conseguiu uma liminar que determina um efetivo mínimo de 30% dos funcionários, mas o sindicato informou que cabe aos bancos cumprir a decisão.

Greve nacional

A greve dos bancários é nacional e na maioria dos estados, como no Paraná, não há decisão judicial sobre o tempo mínimo de funcionamento das agências. Na última rodada de negociações, na noite de quarta-feira (29), não houve acordo, o que empurrou a greve pelo menos até a próxima segunda-feira (03), quando há novas conversas entre sindicatos patronal e dos trabalhadores. A greve deve chegar, assim, a pelo menos 28 dias, podendo superar o recorde de 2004, quando durou 30 dias.

Os bancos apresentaram ao Comando Nacional da categoria uma proposta válida por dois anos: manutenção do reajuste de 7% para 2016, com abono de R$ 3.500, um aumento de R$ 200 em relação à proposta anterior, e aumento de 0,5% acima da inflação para 2017.

Os serviços mais prejudicados pela greve são aqueles que dependem das agências, como o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com valor acima de R$ 1,5 mil, e a liberação de crédito imobiliário.

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Comércio

A Confederação Nacional de Dirigentes de Lojistas (CNDL), entidade que administra o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e reúne mais de 1,2 milhão de pontos de venda em todo o país, informou que os empresários temem que a greve chegue até o quinto dia útil do próximo mês – período em que a maioria das empresas pagam seus funcionários.

Segundo a CNDL, a greve dificulta a retirada de dinheiro e, portanto, o consumo, prejudicando o comércio. A instituição estimou que a paralisação pode causar um impacto potencial diário de até 5,95% nas vendas do comércio.

“A paralisação é vista pelos lojistas como algo bastante preocupante, pois a partir do momento em que o consumidor deixa de ter dinheiro para gastar, ele se sente desmotivado para ir ao comércio e consequentemente a economia sofre com a retração nas vendas”, destacou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.