Um dia após falhar com o compromisso de pagar juros de títulos de dívida, a empreiteira OAS informou neste sábado (3) que vai adotar um plano expressivo de redução de despesas e pode vender ativos para reequilibrar sua posição financeira.
"Em função das dificuldades de acesso a mercado de crédito, está em discussões com alguns de seus principais credores de forma a possibilitar uma reestruturação financeira organizada", informou a companhia em nota.
Na sexta-feira (2), a agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito da OAS e suas subsidiárias para "C", de "B+", após a empresa deixar de pagar juros de uma emissão de dívida de 400 milhões de dólares com vencimento em 2021. O valor a ser pago era de 16 milhões de dólares.
Os ratings da OAS estavam em observação negativa desde 19 de novembro, refletindo temores da Fitch com o impacto da operação Lava Jato da Polícia Federal que investiga denúncia de corrupção envolvendo a Petrobras e várias empreiteiras do país.
A OAS Investimentos detém fatia de cerca de 24 por cento na Invepar, companhia que integra o consórcio que administra a concessão do aeroporto de Guarulhos. O grupo ainda participa das concessões da Linha Amarela e do Metrô, ambas no Rio de Janeiro.
Segundo a Fitch, a OAS informou ter recursos de 1 bilhão de reais no fim de dezembro. No final de setembro, a OAS tinha dívida de 7,7 bilhões de reais e 1,4 bilhão de reais em recursos e títulos negociáveis.
"A companhia pretende apresentar um plano de reestruturação financeira a todos seus credores e também informou que adotou um plano de redução de despesas expressivo e estuda a venda de determinados ativos para reforçar sua liquidez", afirmou a OAS neste sábado.
Para auxiliar no processo, a empresa contratou como assessores financeiros a G5 e a Evercore, e como assessores legais os escritórios Mattos Filho e White & Case LLP.