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Eleições nos EUA

Obama acredita em solução de impasse; assessor de McCain culpa democratas

A já tumultuada corrida presidencial nos Estados Unidos foi lançada em águas ainda mais turbulentas nesta segunda-feira (29), com a rejeição da Câmara dos Representantes ao pacote de ajuda de US$ 700 bilhões ao sistema financeiro promovido pela Casa Branca.

O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou-se confiante de que o Congresso acabará encontrado uma solução para o impasse, "mas será um caminho tortuoso".

Seu oponente, o republicano John McCain, ainda não se pronunciou pessoalmente sobre a rejeição dos deputados americanos ao pacote, mas seu principal assessor para assuntos econômicos culpou os democratas pela situação.

Segundo a Dow Jones, a Câmara dos Representantes se reunirá novamente na quinta-feira, após o final do feriado do Rosh Hashaná, o Ano Novo judaico. O secretário do Tesouro, Henry Paulson, disse que o governo insistirá na aprovação do pacote.

"Esse projeto de lei não passou porque Barack Obama e os democratas colocaram a política à frente do país", queixou-se Doug Holtz-Eakin, o assessor para assuntos econômicos de McCain.

Os legisladores americanos rechaçaram o pacote por 228 votos a 205. Tanto republicanos quanto democratas votaram em peso contra a proposta do governo. Mas mais democratas, 140, votaram a favor da aprovação do pacote, do que rejeitaram o projeto, 95. Já entre os republicanos, dois terços, 133, votaram contra o pacote Apenas 65 republicanos votaram a favor do pacote.

Obama disse ter conversado com Paulson, com a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e com outros políticos com o objetivo de decidir qual será o próximo passo.

O governo Bush enviou recentemente ao Congresso o projeto de lei prevendo um pacote de US$ 700 bilhões para socorrer o sistema financeiro americano. A Casa Branca pediu pressa e hoje declarou-se "desapontada" com a rejeição.

A rejeição ocorre em um momento no qual a questão econômica atinge um grau de importância na corrida presidencial sem precedente desde a Grande Depressão, iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929.

Os republicanos culparam também a líder Nancy Pelosi pela rejeição do pacote. Eles teriam se revoltado com um discurso que Pelosi fez hoje no começo da tarde, antes do pacote ser levado a votação. Na fala, Pelosi culpou a administração do presidente americano George W. Bush pela crise financeira.

"Esse é um discurso envenenado pelo partidarismo", disse o representante republicano Eric Cantor (da Virginia), segurando uma cópia do discurso que Pelosi fez hoje mais cedo. "Na minha opinião, o tom partidário do discurso, feito ao final do debate, teve impacto sobre os votos dados da nossa parte", disse o representante republicano Adam Putnam.

Um assessor próximo a Pelosi, no entanto, rebateu as críticas dos republicanos contra a líder, ao dizer que a sugestão de que o discurso da parlamentar motivou os republicanos a votarem contra o pacote era "absurda". "Você não vota em um discurso, você vota no projeto de lei", disse ele.

Pelosi (Democrata, Califórnia) disse em entrevista coletiva à imprensa que "as linhas de comunicação" continuam abertas entre os congressistas, após conversar por telefone com Paulson, pouco após a rejeição do pacote de socorro ao sistema financeiro. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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