O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu ontem, em discurso, a renovação de incentivos tributários para a classe média norte-americana, em uma tentativa de desviar o foco do debate eleitoral econômico da desanimadora situação do mercado de trabalho.
Obama há tempos propõe que os cortes de impostos para famílias com renda inferior a US$ 250 mil por ano sejam permanentes e que os incentivos fiscais concedidos a famílias mais abastadas sejam cancelados.
Esta, no entanto, foi a primeira vez que Obama propôs que os incentivos para o grupo de menor renda sejam renovados por um ano, o que o ajudaria a criar mais certezas no curto prazo em um clima de incertezas econômicas, segundo o Wall Street Journal.
Ao mesmo tempo em que Obama defende o fim da redução de impostos para os mais riscos, implementada no governo Bush, o presidente com frequência afirma que ele mesmo deveria pagar mais impostos. Obama repetiu nesta segunda a fala de que ele também não gosta de pagar impostos. Obama também quer que a questão seja tratada o quanto antes no Congresso. "Devemos agir agora", disse.
Os republicanos da Câmara dos Representantes pretendem votar este mês a renovação das reduções tributárias com o intuito de mostrar que estão dispostos a resolver logo o assunto, enquanto os democratas hesitam, de acordo com o WSJ. Obama, porém, disse que seu plano poderia ser implementado de imediato, já que a situação e a oposição podem chegar a um acordo sobre os incentivos à classe média.
Obama resumiu seu discurso de 13 minutos na última linha. "Espero que o Congresso junte-se a mim e faça a coisa certa." O presidente não espera que os congressistas ajam com base em suas palavras, mas tenta pintá-los como obstrucionistas, afirmou o WSJ. Em novembro, Obama concorrerá a um segundo mandato presidencial.
Oposição
A campanha de Mitt Romney, que vai disputar a presidência pelo Partido Republicano, respondeu rapidamente: "O anúncio do presidente Obama vai significar um aumento de impostos para milhões de famílias, criadores de empregos e pequenas empresas", disse a porta-voz da campanha, Andrea Saul.