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Crise nos EUA

Obama e o Congresso ficaram reféns dos republicanos radicais

O líder democrata no Senado, Harry Reid, após encontro com o líder republicano, Mitch McConnell: acordo entre os dois partidos pode evitar o calote |
O líder democrata no Senado, Harry Reid, após encontro com o líder republicano, Mitch McConnell: acordo entre os dois partidos pode evitar o calote (Foto: )
O presidente Obama celebrou o acordo, mas ressaltou que o processo

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O presidente Obama celebrou o acordo, mas ressaltou que o processo

Washington - As idas e vindas nas negociações sobre a crise da dívida dos Estados Unidos deixaram claro como o Congresso americano se tornou refém do Tea Party, a facção mais à direita do partido republicano. Por extensão, também o governo de Barack Obama acabou caindo na armadilha do grupo criado em 2009 para se opor ao aumento de impostos e exigir a redução do rombo fiscal do país.

Segundo Thomas Mann, sócio sênior da Brookings Institution, a crise tem sido orientada pelos princípios e demandas não negociáveis dos simpatizantes do Tea Party. "Eles estão perfeitamente dispostos a empurrar o país para a suspensão de pagamentos se suas propostas de corte de gastos públicos e de redução de tributos não forem aceitas, mesmo que suas ambições nas eleições de 2012 sejam prejudicadas."

A própria polêmica em torno do limite para o endividamento federal dos EUA surgiu por pressão de deputados e senadores eleitos em 2010 pelo Tea Party e de simpatizantes da causa. Desde a criação desse teto, em 1917, o aumento da cifra (hoje em US$ 14,3 trilhões) havia sido resultado de simples processos de tramitação no Congresso. Desde 1940, houve 90 elevações automáticas. Em boa medida, porque a elevação desse limite não significa a autorização para gastos adicionais do governo federal, mas despesas previstas no orçamento, aprovado pelo Congresso.

Desta vez, a mudança significativa se deu no Congresso, com as eleições de novembro de 2010. Primeiro, com o domínio republicano da Câmara. Segundo, com a eleição de 17 autênticos representantes do Tea Party. Terceiro, com a maioria dos republicanos sensibilizada pelo discurso da direita radical. Os 45 republicanos moderados, neste momento, estão acantonados no chamado "grupo de terça-feira", uma referência ao prazo máximo para o acordo sobre o limite da dívida federal.

Um dos primeiros caciques políticos a perceber o poder da nova facção foi o presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner. Sua proposta de aumento do limite de endividamento – aprovada na Câmara e rejeitada pelo Senado na sexta-feira passada – refletiu em grande medida as convicções do Tea Party.

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