Com o prazo para um acordo sobre o aumento do teto da dívida dos EUA se aproximando do fim, o presidente Barack Obama exortou ontem os republicanos a "evitarem o Armageddon". Mas os legisladores da oposição mantiveram sua posição inflexível, anunciando que na semana que vem vão votar na Câmara (onde têm maioria) um projeto que prevê corte de US$ 2,4 trilhões em dez anos no déficit americano, sem aumento de impostos.
O prazo para elevar o teto do endividamento do país, hoje em US$ 14,3 trilhões, é 2 de agosto. Caso não haja acordo entre democratas e republicanos até lá, os EUA terão de dar calote em algumas de suas obrigações. Se isso acontecer, "as taxas de juros podem acabar subindo para todos no país, como se fosse um aumento de impostos, para quem quer financiar um carro, ou tomar um empréstimo para pagar a faculdade", advertiu Obama. Na quinta-feira, a agência de classificação Standard and Poors juntou-se à Moodys e advertiu que pode reduzir a nota de crédito do país, hoje AAA, caso não haja acordo sobre a dívida e o déficit.
Corte de gastos
Para aprovar o aumento do teto da dívida, os republicanos exigem trilhões em cortes de gastos do governo para reduzir o déficit público, hoje em 10% do PIB. Mas os mesmos republicanos se recusam a aceitar qualquer tipo de aumento de impostos para reduzir o déficit. Já os democratas afirmam que não é justo haver cortes profundos nos gastos públicos, muitos deles atingindo programas sociais, enquanto os republicanos não aceitam nenhum aumento de receita do governo. "Nós não vamos aceitar um corte de impostos para os ricos às custas dos americanos que precisam dos programas sociais", disse Nancy Pelosi, líder democrata na Câmara, que chamou a proposta de "ultrajante".
Democratas argumentam que, nos EUA, a carga tributária é relativamente baixa. Lá, a arrecadação do governo federal é de 14,5% do PIB. No Brasil, a receita do governo federal é de 24%. A proposta republicana que será votada na Câmara na semana que vem prevê também mudança constitucional para exigir um orçamento equilibrado e limite de gastos do governo como proporção do PIB.
"Plano B"
É impensável que a proposta passe pelo Senado, onde os democratas ainda têm o comando. Além disso, vem ganhando força um chamado "plano B", do senador republicano Mitch McConnell e do líder democrata, Harry Reid, que permitiria ao presidente elevar a dívida de forma unilateral, sem a autorização do Congresso. Ela permitiria que o teto da dívida fosse elevado em três etapas em 2012 e não incluiria o aumento de impostos. Mas, além de não haver certeza sobre o apoio dos dois partidos à proposta, ela tampouco representaria a solução definitiva apregoada por Obama.
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