O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira à imprensa (15) que as negociações sobre o déficit do país deveriam ter sido iniciadas mais cedo e não deixadas para a última hora. O presidente norte-americano afirmou que, se não for elevado o teto da dívida, isso significaria um aumento de impostos para todos os americanos.
"Nós estamos obviamente correndo contra o tempo. Então, o que eu tenho dito aos membros do Congresso é que é preciso, nas próximas 24 a 36 horas, dar algum senso do que é o plano para o teto da dívida".
Ele pediu mais sacrifícios para todos, principalmente milionários e bilionários, o que inclui, também, corte dos gastos do governo. O presidente norte-americano citou, várias vezes, que é necessário ser feito um "grande acordo".
Obama disse que, durante as negociações, falou a líderes do Congresso que esta é uma oportunidade de "aproveitar o momento" através do sacrifício compartilhado como cortes nos gastos domésticos, os gastos de defesa, os gastos de saúde (incluindo Medicare) e receitas.
O presidente comparou os sacrifícios que devem ser feitos aos de uma família que está endividada com o cartão de crédito. De acordo com ele, nesses casos, os pais não deixam de pagar as contas ou de levar os filhos à escola, mas sim passam a fazer as coisas de um jeito mais responsável. "É isso que temos de fazer", disse.
"Temos de fazer alguma coisa grande, temos a chance de estabilizar a economia americana por 10, 15 anos", disse à imprensa.Discussões
As discussões entre o presidente e líderes democratas e republicanos, nos últimos cinco dias, não avançaram. Ontem, Obama pediu aos partidos que tentem encontrar um caminho para avançar no tema "entre 24 e 36 horas". Uma divisão sobre gastos e impostos permanecia um grande obstáculo para um acordo de redução do déficit.
Preocupada com a questão, a agência de classificação de risco Standard & Poor's aumentou a pressão sobre o debate nesta quinta-feira (14), ao afirmar que o risco de o país perder sua nota máxima de crédito nos próximos três meses aumentou consideravelmente, mesmo se os parlamentares chegarem a um acordo até o fim do mês.
Os Estados Unidos alcançaram, em meados de maio, o teto da dívida autorizado por lei, num total de US$ 14,3 trilhões. Desde então, o Departamento do Tesouro recorre a medidas técnicas para permanecer nesse nível, mas o último prazo antes da interrupção dos pagamentos seria 2 de agosto.
O presidente Barack Obama vem mantendo, nos últimos dias, encontros frequentes com os membros do Congresso, em uma tentativa de elevar o teto da dívida antes desse prazo. Mas os adversários republicanos de Obama, maioria na Câmara de Representantes, condicionam o apoio ao aumento do teto da dívida à realização de cortes drásticos no orçamento.
O alerta da S&P aconteceu depois que a China, maior credor internacional dos Estados Unidos com mais de US$ 1 trilhão em bônus do Tesouro, pressionou Washington a adotar políticas responsáveis para proteger os interesses dos investidores.
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