O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs nesta quinta-feira (21) limites mais rigorosos aos riscos que as instituições financeiras norte-americanas podem assumir, em nova iniciativa que levou ações de bancos a despencarem e tem como objetivo reforçar a base política da Casa Branca.O plano de Obama tem como objetivo impedir instituições financeiras que são donas de bancos de controlar, patrocinar ou investir em hedge funds ou fundos de private equity. As regras também proíbem que as instituições pratiquem operações que não sejam relacionados aos serviços que prestam a seus clientes, para lucro próprio.
As operações realizadas pelas instituições financeiras com o próprio dinheiro do banco --apostando na alta ou na queda de ações ou em outros instrumentos-- têm sido um grande gerador de lucros para os bancos, mas também aumentam a volatilidade do mercado.
A medida segue a divulgação pelo grupo Goldman Sachs de um lucro maior que o esperado para o quarto trimestre, em meio a uma Casa Branca vacilante, após uma derrota política devastadora para o Partido Democrata de Obama em Massachusetts.
Na terça-feira, o republicano Scott Brown venceu a eleição para o Senado em Massachussets, tirando dos democratas a maioria regimental no Senado norte-americano.
"Precisamos aprovar reformas de bom senso, que irão proteger o contribuinte norte-americano e a economia norte-americana de crises futuras", disse Obama, ao lado de seus principais conselheiros econômicos e importantes congressistas.
"Nos últimos anos, muitas instituições financeiras têm colocado em risco o dinheiro do contribuinte ao operarem hedge funds e fundos de private equity, e fazendo investimentos mais arriscados para ter ganhos mais rápido", acrescentou.
As ações de alguns dos maiores bancos dos EUA, que podem ser gravemente afetados pela medida, despencaram após o anúncio do plano de Obama para regular o setor financeiro.
Obama também propôs limitar a consolidação do sistema financeiro, estabelecendo amplos limites sobre o crescimento de passivos nas maiores instituições financeiras, complementando restrições já existentes sobre a fatia de mercado de depósitos.