• Carregando...
Obama e sua equipe econômica após anúncio à imprensa: crítica aos lucros e bônus de Wall Street | Jim Young/Reuters
Obama e sua equipe econômica após anúncio à imprensa: crítica aos lucros e bônus de Wall Street| Foto: Jim Young/Reuters

Desemprego traz de volta o pessimismo

O presidente norte-americano, Barack Obama, enfrenta pressão para encontrar novas maneiras de incentivar a criação de empregos e o crescimento econômico, depois que o pacote de estímulo começar a ser reduzido e que o Federal Reserve retirar seus programas de empréstimo emergencial e compras de ativos. Relatório do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, divulgado ontem, mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram para 444 mil na semana passada, acima dos 437 mil pedidos estimados por analistas.

Leia a matéria completa

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs ontem que bancos e seguradoras paguem uma taxa para cobrir o gasto de US$ 117 bilhões do socorro ao setor fi­­nanceiro durante a crise – e que foi bancado com dinheiro dos contribuintes. No anúncio, ele voltou a criticar Wall Street, por seus "lucros massivos e bônus obscenos"."Meu compromisso é recuperar cada centavo a que o povo norte-americano tem direito", afirmou Obama, em seu comunicado. "E minha determinação para alcançar esse objetivo é enfatizada quando eu vejo notícias de grandes lucros e bônus absurdos nas empresas que devem sua existência ao provo norte-americano." Numa tentativa de se distanciar de Wall Street, em meio ao crescente descontentamento popular com os elevados bônus pagos a executivos dos bancos, Obama acusou os banqueiros de estarem fora da realidade sofrida da população que enfrenta o desemprego na casa de dois dígitos.

A taxação vai recuperar custos ligados ao pacote de US$ 700 bilhões para socorrer bancos norte-americanos (conhecido como Tarp, na sigla em inglês), idealizado em 2008 pelo então presidente George W. Bush, diante da crise financeira global. Criado após o colapso do banco de investimentos Lehman Brothers e do resgate da seguradora AIG, o programa ajudou a estancar a crise ao injetar dinheiro público nos maiores bancos norte-americanos.

A medida, juntamente com forte estímulo monetário e fiscal, evitou uma depressão, mas foi incapaz de evitar que o país entrasse na pior recessão desde a década de 1930, o que levou a taxa de desemprego para o maior nível em 26 anos. Em Wall Street, no entanto, os lucros voltaram com a recuperação dos mercados acionários em 2009. Isso ajudou muitos deles a pagar de volta os recursos do Tarp, livrando-os das regras do governo sobre compensação a funcionários e permitindo que pagassem grandes bônus a seus executivos.

O plano de Obama, que precisa de aprovação do Congresso, inclui uma taxa de 0,15% no balanço de grandes instituições com ativos de mais de US$ 50 bilhões. O governo espera levantar US$ 90 bilhões em dez anos, mas acredita que a cobrança, ao final, poderá acabar por cobrir todas as perdas com o Tarp, atualmente projetadas em US$ 117 bilhões.A AIG estará sujeita à taxa. Mas as concessoras de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac serão excluídas, assim como as montadoras que foram ajudadas. As empresas de hipotecas estavam no centro do modelo de crédito que causou a atual crise econômica. Com crédito barato, elas concederam bilhões de dólares em financiamentos para famílias sem condições reais de bancar as prestações, sistema que ficou conhecido como "subprime". Os créditos gerados por essas hipotecas foram recolocados no sistema financeiro pelas instituições bancárias com o uso de derivativos exóticos, que geravam receita através de taxas e comissões.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]