O ritmo das obras da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste do Pará, voltou ao normal nesta segunda-feira (7) com o comparecimento da totalidade dos trabalhadores aos cinco canteiros de obras, afirmou o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte).
Os operários ficaram em greve do dia 23 de abril até 3 de maio. Mesmo com o encerramento da paralisação, na quinta-feira, o comparecimento dos operários na sexta-feira (4) foi apenas parcial.Apesar de o Sintrapav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada) ter resolvido encerrar a greve, depois que a Justiça do Trabalho a declarou ilegal e determinou multa de R$ 200 mil por dia de paralisação, a questão ainda não está completamente resolvida.
Permanece a pauta de reivindicações: aumento no vale-alimentação, de R$ 95 para R$ 300, e diminuição no intervalo entre as folgas para visitas às famílias, de seis meses para três meses.
Nesta terça-feira haverá a terceira audiência de conciliação na Justiça do Trabalho entre o consórcio e o sindicato.Na próxima quinta-feira, o TRT-8 (Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região) deve julgar recurso do sindicato, que tenta derrubar a declaração de ilegalidade da greve.
Caso a decisão do recurso seja favorável aos trabalhadores, o Sintrapav afirma que a greve poderá voltar.
Em Brasília, deputados federais da Comissão de Trabalho da Câmara, que visitaram Belo Monte na semana passada, discutirão o assunto na comissão e tentarão uma reunião com integrantes do CCBM para pedir melhorias nas condições de trabalho.
Caso não haja avanço, consideram levar o assunto diretamente ao governo federal, que até agora se manteve distante da greve.Belo Monte é uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, quando concluída, em 2019, será a terceira maior hidrelétrica do mundo.