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Telecomunicações

Obra na BR-116 “calou” Sul do país

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Uma obra de recuperação no quilômetro 66 da BR-116, no município de Campina Grande do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), foi a responsável pelo rompimento dos cabos de transmissão de internet e telefonia na tarde de quarta-feira, informou ontem a Autopista Régis Bittencourt, concessionária que administra o trecho. Milhões de usuários do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ficaram sem acesso aos serviços por aproximadamente quatro horas.

De acordo com Autopista, o serviço foi reestabelecido pela empresa Level 3, responsável pelo cabeamento de fibra ótica danificado. A empresa admitiu que houve uma interrupção temporária do serviço, mas afirmou que "o backbone de internet no Brasil é fornecido por várias empresas, que utilizam caminhos e planos de contingência distintos e que os problemas que afetaram o backbone da empresa não seriam suficientes para causar a interrupção total nos serviços de internet e telefonia para a Região Sul".

A Level 3 não informou quais são as outras empresas nem revelou quais são as operadoras para quem presta serviço. Durante a pane, Copel, GVT, TIM, Claro e Vivo registraram problemas de instabilidade e falha nos sinais.

Para Alexandre Pohl, professor de Telecomunicações da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a interrupção total do serviço por várias horas evidenciou a falta de um plano de contingência por parte da empresa responsável pelo cabeamento danificado.

Segundo ele, o sistema de telecomunicações é bastante eficiente e pode captar rapidamente a interrupção do sinal, fazendo o desvio para uma rota alternativa. "Em caso de rompimento, pode haver instabilidade e lentidão em decorrência da sobrecarga de tráfego em uma rota, mas não a queda total do sistema de transmissão por tanto tempo. Tudo indica que não havia uma rota alternativa ou que ela não funcionou", diz.

De acordo com Milton Kaoru, diretor de projetos do NIC.br, entidade civil responsável pelo registro de domínios da internet brasileira e por pesquisas sobre a tecnologia das redes e operações do país, grande parte da estrutura de fibra óptica brasileira passa pelos mesmos locais – geralmente paralela a rodovias ou ferrovias. Em tese, as operadoras deveriam ter uma estrutura de anel, capaz de redirecionar o tráfego para outra região quando há problema em uma das rotas, afirma. "As empresas devem prever essa abordagem redundante. No caso de um problema, o tráfego seria redirecionado."

Segundo Kaoru, as empresas normalmente fazem acordos com outras operadoras para redirecionar o tráfego quando necessário. No fim da tarde quarta-feira, por exemplo, a cidade de Porto Alegre teve um pico de tráfego fora do comum. "Esse aumento súbito pode ter sido uma negociação das operadoras afetadas para escoar o seu tráfego", diz.

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