As obras da usina hidrelétrica de Belo Monte, no sudoeste do Pará, continuam parcialmente paralisadas devido ao protesto de índios da etnia juruna, que começou na madrugada de segunda-feira (7).
Os manifestantes reclamam dos impactos ambientais causados pela obra, que prejudicou a qualidade da água do rio Xingu, segundo eles. Uma reunião de negociação entre os índios e representantes da empresa Norte Energia, responsável pela hidrelétrica, foi marcada para às 14h (15h de Brasília) de hoje.
Representantes da Funai (Fundação Nacional do Índios) e do Ministério Público Federal também vão participar da reunião.
Pintados e armados com flechas, os índios fazem um bloqueio na estrada de acesso ao sítio Pimental, um dos três canteiros da obra da usina, a 50 km da cidade de Altamira.
Desde o início do protesto, 15 ônibus foram retidos pelos índios. Não houve incidentes, segundo a Força Nacional de Segurança. O protesto é monitorado também pela Polícia Federal.
Dentro do canteiro Pimental estão alojados mil operários, segundo a empresa responsável pela obra CCBM (Consórcio Construtor Belo Monte). Com o bloqueio na estrada Travessão 27, alimentos estão sendo enviados de embarcação pelo rio Xingu para abastecer o sítio Pimental, segundo a empresa.
Francisco Brasil, coordenador da Funai (Fundação Nacional do Índio), afirmou que participam do protesto cerca de 30 índios. Já a empresa Norte Energia diz que são 20.
O coordenador da Funai negou que os índios juruna pediram R$ 300 mil para desbloquear a estrada, como divulgou a empresa em nota à imprensa nesta segunda "Esse pedido de dinheiro não tem sentido, a reivindicação deles é de acordos que não foram cumpridos para construção de poços artesianos nas aldeias", afirmou.
Conforme nota da empresa Norte Energia, os índios pediram R$ 300 mil para desbloquear a estrada, dinheiro que seria uma espécie de indenização relacionada a dificuldades de pesca no rio Xingu.
A empresa afirma que, apesar do protesto, o trabalho continua normal nos outros dois canteiros, Belo Monte (a 30 km do local do protesto) e Canais e Diques (que também fica no Travessão 27).
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