As obras civis da usina nuclear Angra 3 serão retomadas após a suspensão de atividades pela Andrade Gutierrez em maio deste ano.

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Segundo informou a Eletrobras Eletronuclear nesta quinta-feira (11), a construtora disse já ter dado início ao processo de retomada das atividades, que envolve a recontratação de funcionários.

Ainda não há previsão para a data de reativação do canteiro de obras da usina, que deve entrar em operação em 2018.

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Com a retomada da construção, a Eletronuclear decidiu suspender o processo administrativo movido contra a Andrade Gutierrez. A empresa afirma que a decisão ocorre "diante da retomada das negociações e do interesse de ambas as partes de realizar um processo de repactuação contratual que garanta adequadas condições de conclusão do empreendimento". O processo foi aberto após a construtora suspender as obras em maio.

A companhia informa também que os consórcios vencedores da licitação para a montagem eletromecânica da usina assinaram seus contratos de serviços.

Histórico

O projeto para a construção de Angra 3 se arrasta desde o período da ditadura militar. A Andrade Gutierrez venceu a licitação da obra em 1983, no governo de João Baptista Figueiredo (1979 - 1985).

Com a transição para a democracia, no entanto, a prioridade da construtora para realização do projeto foi questionada por suas concorrentes. Diretores da Camargo Côrrea chegaram a argumentar que, desde a época da licitação até os anos 2000, inovações tecnológicas tornaram possível reduzir em até 40% o custo das obras civis nas usinas nucleares.

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Apesar disso, em 2009 o governo optou por não refazer a licitação e revalidar a concorrência ganha pela construtora Andrade Gutierrez.

Durante décadas de inatividade, a Andrade Gutierrez recebeu pagamento mensal para preservar o canteiro de obras. Segundo apurou a Folha à época, os pagamentos custavam cerca de US$ 20 milhões por ano ao país.