Atrasadas, as obras de ampliação do aeroporto internacional de Viracopos foram interditadas parcialmente nesta sexta-feira (9), a dois dias do prazo de entrega, pelo Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) em Campinas (a 93 km de São Paulo).
Estão proibidas as atividades em altura e movimentação de cargas suspensas nos píeres A e B e no saguão principal, segundo o MPT (Ministério Público do Trabalho), que acompanhou a fiscalização do Cerest com quatro procuradores do Trabalho. A interdição ocorre dois dias após a Aeroportos Brasil, concessionária que administra Viracopos, reconhecer publicamente pela primeira vez que as obras estão atrasadas.
Segundo o contrato de concessão assinado com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a Aeroportos Brasil deveria entregar 100% das obras concluídas no domingo, mas apenas as adequações das pistas de taxiamento e de pousos e decolagens, além da área de escape, ficarão prontas.
Há atrasos nas novas pistas de taxiamento (97% das obras concluídas), no edifício-garagem (95%) e no novo terminal de passageiros (92%). O novo terminal terá três píeres - dois para embarque e desembarque nacional e um, internacional - e o saguão principal. Com a interdição, parte dos trabalhos estarão suspensos na principal e mais atrasada obra da ampliação do aeroporto.
O jornal Folha de S.Paulo informou, no início de abril, que o aeroporto seria inaugurado incompleto para a Copa. Apenas o píer A (embarque e desembarque internacional) e uma pequena parte do saguão principal deverão estar funcionando em junho, na véspera do início do torneio.
Fiscalização
Com a interdição, a obra pode atrasar ainda mais. Segundo o Cerest de Campinas, o embargo ocorreu porque caminhões estavam realizando manobras a centímetros de distância de plataformas com trabalhadores suspensos e materiais pesados eram movimentados sobre as cabeças dos operários, sem medidas de precaução ou isolamento da área, em grave e iminente risco de acidentes.
Fiscais e procuradores também identificaram a ausência de proteções contra quedas. "Percebemos que eles estão correndo contra o tempo e executando diversos processos simultaneamente, de forma desorganizada. Isso potencializa muito o risco de acidentes", afirmou o procurador Mário Antonio Gomes, do MPT.
O consórcio construtor responsável pela ampliação informou, em nota, que todas as "adequações necessárias serão efetuadas imediatamente" para que a obras sejam retomadas nos locais interditados. Ainda no documento, encaminhado pela assessoria da Aeroportos Brasil Viracopos, concessionária do aeroporto, o consórcio "esclarece que cumpre todas as normas exigidas pelas leis de segurança do trabalho".
Há dois dias, quando reconheceu o atraso nas obras, a concessionária informou em nota que, "apesar do pequeno atraso nas obras do novo terminal", o aeroporto "estará preparado para receber as delegações e autoridades durante a Copa do Mundo". Segundo o MPT, para obter a liberação das atividades interditadas, o aeroporto deve regularizar as questões apontadas pelos fiscais e formalizar o pedido ao Cerest.
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