Arrecadação US$ 160 mi em impostos

Além de criar um novo mercado para pequenas fábricas e prestadoras de serviço do Paraná, o investimento da Petrobrás vai engordar os caixas do estado. A Repar, que já é a maior arrecadadora de ICMS do Paraná – foram R$ 2,039 bilhões em 2006, 22% do total –, deve gerar impostos de US$ 159,5 milhões (R$ 325 milhões) durante as obras das 13 unidades industriais anunciadas.

Segundo o gerente de suporte operacional da refinaria, James Hahnemann, a construção do complexo de diesel e coque deve gerar US$ 96 milhões, dos quais US$ 6 milhões em Imposto sobre Serviços (ISS), repassado aos municípios. As obras começam em 2008, com previsão de término em junho de 2010.

O complexo de gasolina, que será construído entre dezembro deste ano e agosto de 2009, vai gerar arrecadação de US$ 32 milhões – US$ 2 milhões em ISS. A unidade industrial de propeno, matéria-prima para a indústria petroquímica, deverá render US$ 31,5 milhões (US$ 1,5 milhão em ISS) entre o segundo semestre deste ano e o fim de 2008.

Hahnemann informa que serão criados 11.440 postos de trabalho diretos durante a construção das novas unidades – 7.110 no complexo de diesel e coque, 3.295 no de gasolina e 1.035 na unidade de propeno. (FJ)

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O investimento de pelo menos US$ 2,5 bilhões (R$ 5,1 bilhões) previsto para os próximos cinco anos na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, já mobiliza micro e pequenas empresas paranaenses interessadas em fornecer produtos e serviços para as empreiteiras responsáveis pelas obras. Vinte e duas empresas de pequeno porte já se inscreveram para o Programa da Cadeia Produtiva do Petróleo e Gás, promovido pelo Sebrae-Paraná e a Petrobrás. O treinamento, que começa no mês que vem, pretende capacitar possíveis fornecedores para que atendam a todos os requisitos e certificações exigidos pela Petrobrás e por suas contratadas de grande porte – as chamadas "fornecedoras de primeira camada".

Desde o fim do ano passado, a Petrobrás anunciou a construção ou ampliação de 13 unidades industriais na Repar, que vão gerar mais de 10 mil postos de trabalho durante as obras, que vão até junho de 2010. Nos próximos meses, a estatal deve divulgar o orçamento, o cronograma e as expectativas de geração de vagas para outras seis unidades. Até o fim de abril, o Sebrae vai concluir um diagnóstico sobre as oportunidades para toda a cadeia que pode ser beneficiada pelos investimentos da Petrobrás – não só na Repar, mas também na Unidade de Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, e nas filiais da Transpetro em Paranaguá e São Francisco do Sul (SC).

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"A cadeia não envolve somente empresas ligadas ao setor de óleo e gás. Há também um leque imenso de serviços que não são diretamente relacionados", diz o diretor técnico do Sebrae, Allan Costa. Entre os nichos e atividades já mapeadas, estão terraplenagem, equipamentos, tubulação, solda, estrutura metálica, montagem, mão-de-obra temporária, hospedagem, alimentação, salões de beleza, academias, táxis, locação de veículos, coleta de lixo, vigilância, limpeza industrial, laboratórios bioquímicos e farmácias.

O consultor Pedro César Santos, gestor do projeto no Sebrae, acrescenta que, mesmo que não venham a atuar como fornecedoras da Petrobrás, as empresas que participarem do treinamento estarão aptas a fornecer a outras grandes companhias. "A intenção é aprimorar a parte de gestão, finanças, marketing e recursos humanos dessas empresas. Ao atender às exigências da Petrobrás em certificações, programas de meio ambiente, saúde e segurança, elas certamente ficarão muito mais competitivas para disputar outros clientes."

Essa é a expectativa de Carolina Sartor, supervisora da VLC Projetos e Topografia, que está entre os 150 empresários que participam, hoje à noite, na sede do Sebrae, da palestra "Como se tornar um fornecedor da Petrobrás". Segundo ela, a intenção da VLC não é apenas trabalhar com a Petrobrás, mas reestruturar a própria empresa. "O PAC [Plano de Aceleração do Crescimento] está abrindo muitas oportunidades para a construção civil. Se você entra nos padrões da Petrobrás, fica mais fácil trabalhar para qualquer empresa."

Luiz Gustavo Jacopetti, diretor da U-Tec Mecânica Industrial, de Pinhais, está interessado em ampliar a gama de clientes. Fabricante de peças e máquinas de pequeno porte, a U-Tec já fornece para os setores automotivo, de plástico e papel e recentemente investiu em ampliações e na contratação de novos funcionários.