Quando a Apple anunciou o iPhone X em setembro de 2017, um smartphone com preço inicial de US$ 1 mil — ou R$ 7 mil no Brasil —, consumidores e analistas reagiram com espanto. Ao longo do ano, rumores de revisões para baixo no fornecimento de componentes criaram a narrativa de que o modelo teria sido um fracasso. Não foi o caso.
Nesta terça-feira (31), a Apple divulgou seus resultados no terceiro trimestre fiscal, encerrado em 30 de junho. Puxada pelo iPhone, que representou 62% do total de vendas, a empresa faturou US$ 53,3 bilhões, um aumento de 17% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e US$ 1 bilhão acima das projeções dos analistas. Foi o melhor terceiro trimestre da história da Apple e, talvez, o empurrão que faltava para ela se tornar a primeira a valer US$ 1 trilhão, algo que deve ocorrer nas próximas horas ou dias.
A Apple vendeu 41,3 milhões de iPhones no trimestre, contra 41 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa não segmenta as vendas do smartphone por versões. Atualmente, existem quatro linhas de iPhone — iPhone X, 8, 7, 6s e SE —, com diferentes tamanhos de tela (modelos Plus) e tamanhos de memória, em produção.
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Tim Cook, CEO da Apple, disse logo no início da conferência com investidores que o iPhone X foi “o iPhone mais popular do trimestre outra vez”. O aumento expressivo no faturamento do iPhone, de 20%, embasa a declaração. O preço médio de venda (ASP, na sigla em inglês) do iPhone atingiu um novo recorde, de US$ 724, acima das expectativas dos analistas de US$ 693.
Os outros dois modelos anunciados junto ao iPhone X, o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus, tiveram leves reajustes de preços, de US$ 50, nos Estados Unidos. Eles também contribuíram para o crescimento do faturamento da Apple no trimestre, segundo Luca Maestri, vice-presidente e CFO da Apple.
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Na manhã desta quarta (1), as ações da Apple eram negociadas a US$ 198 antes da abertura do mercado, alta de 4,18% em relação ao fechamento de ontem.
Em setembro, como tradicionalmente faz, a Apple deve apresentar novos iPhones. Rumores apontam que desta vez serão três modelos, todos eles com design similar ao do iPhone X, ou seja, com o entalhe no topo da tela, mas com tamanhos e tecnologias de telas diferentes — o iPhone X é o único iPhone que adota a tecnologia OLED; os demais usam painéis LCD.
Galaxy S9 tem vendas fracas
No outro lado do mundo, a sul-coreana Samsung também divulgou seus resultados para o trimestre. A divisão de dispositivos móveis da empresa faturou US$ 20,2 bilhões, uma queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Lee Kyeong-Tae, vice-presidente da divisão, reconheceu na conferência com investidores que a demanda pelos smartphones topos de linha da marca, Galaxy S9 e Galaxy S9+, foram “mais fracas que o esperado”.
Para o executivo, são dois os principais motivos do desempenho ruim: as pessoas estão ficando mais tempo com smartphones topos de linha, adiando a troca por aparelhos novos; e a competição de companhias chinesas, como Huawei e Xiaomi, que entregam aparelhos competitivos a preços mais baixos.
A divisão de semicondutores, que fabrica e vende chips para empresas rivais, como a própria Apple, cresceu 25% e ajudou a garantir o faturamento de US$ 51,1 bilhões e US$ 13,3 bilhões de lucro — um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
O mercado de smartphones está encolhendo. No primeiro trimestre do ano, segundo a consultoria IDC, as vendas caíram 2,9%. Nesse período, a Samsung, que ainda é a maior fabricante do mundo, vendeu 2,4% menos, também de acordo com a IDC. A Apple, disse Tim Cook citando dados da consultoria, tem superado o desempenho do mercado em alguns países, como Estados Unidos, China, Canadá, Alemanha, Rússia e Oriente Médio.
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