A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) criticou a política industrial recentemente anunciada pelo governo brasileiro e disse que o Brasil precisa fazer mais para melhorar a competitividade. O plano chamado Brasil Maior, anunciado em agosto, "pode fornecer alívio de curto prazo" para companhias manufatureiras, mas "não será suficiente para reduzir a desvantagem de custo da produção no Brasil", disse a OCDE em seu relatório sobre perspectivas econômicas publicado nesta segunda-feira.

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"Mais reformas no sistema fiscal e para estimular o investimento em infraestrutura são urgentemente necessárias", disse a organização. A OCDE tem 34 membros e monitora mais seis países que não integram o grupo, o que inclui o Brasil. Entre esses países não membros, "a reforma fiscal seria particularmente urgente no Brasil", segundo o relatório.

A OCDE reduziu sua previsão para crescimento do Brasil neste ano e no próximo, apenas um mês depois de divulgar suas estimativas mais recentes. O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 3,4% neste ano, menos do que os 3,6% previstos anteriormente, e 3,2% em 2012, em vez de 3,5% como estimado antes. Em 2013, porém, a expansão deverá aumentar para 3,9%.

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A queda das exportações deverá manter o crescimento econômico abaixo das taxas potenciais, de cerca de 3,5% a 4,0% por ano, segundo a OCDE. As exportações têm sido prejudicadas pela valorização do real e pelo recente enfraquecimento dos mercados externos.

A demanda doméstica, estimulada pelo aumento do emprego e dos empréstimos para consumo, será a principal fonte de crescimento para o País nos próximos anos, de acordo com o relatório. O crescimento mais lento deverá ajudar a reduzir a inflação anual para cerca de 4,5% até 2013, de 6,69% em meados de novembro deste ano.

Com a inflação em tendência de baixa, o Banco Central do Brasil tem espaço para continuar reduzindo a taxa básica de juros, especialmente se a situação econômica no exterior piorar. A OCDE afirmou que o limite nos gastos do governo também está ajudando a diminuir as pressões inflacionárias e deverá continuar nos próximos anos colaborando para colocar as contas do governo em um caminho mais sustentável.

A OCDE comentou também que a turbulência nos mercados financeiros ampliou a volatilidade dos movimentos da taxa de câmbio no Brasil e "os mercados podem ter reagido a um inesperado afrouxamento da posição monetária" do Banco Central. O BC reverteu o curso monetário abruptamente em agosto e começou a cortar a taxa básica de juros em resposta à desaceleração econômica, especialmente no exterior.

"As autoridades monetárias intervieram para evitar movimentos desordenados no câmbio", afirmou a OCDE. As informações são da Dow Jones.

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