A economia brasileira vai se recuperar no segundo semestre, apoiada pela demanda doméstica, avalia a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ainda assim, o Produto Interno Bruto (PIB) deve encerrar este ano com uma retração de 0,8 por cento.
Para 2010, a projeção da OCDE é de expansão de 4,0 por cento.
"Após uma desaceleração no primeiro trimestre, a economia parece agora estar se recuperando. A produção industrial está se expandindo... e as vendas do varejo têm sido particularmente resistentes", apontou o organismo em relatório divulgado nesta quarta-feira (24), em que ponderou que o ambiente global continua incerto.
Para a OCDE, a demanda doméstica vai ganhar mais força nos próximos meses, apesar de um possível aumento no desemprego.
"Melhora nas condições de crédito, liquidez abundante e ganhos reais de renda por conta da desinflação e de um aumento nas transferências do governo às famílias devem escorar uma recuperação do consumo privado."
O organismo lembrou os cortes acumulados de 4,5 pontos percentuais do juro básico brasileiro, para 9,25 por cento ao ano, e avaliou que há algum espaço para reduções adicionais, "embora menores", nos próximos meses. Isso se dá por conta da perspectiva benigna para a inflação.
A OCDE projeta inflação ao consumidor no país de 4,2 por cento neste e no próximo ano - abaixo do centro da meta de 4,5 por cento fixado para o IPCA.
O relaxamento da política fiscal, de forma anticíclica, também é apropriado, mas a OCDE chamou atenção para a trajetória da dívida pública.
"Um superávit primário consolidado na faixa de 2,0 a 2,5 por cento do PIB seria consistente com a manutenção da relação dívida/PIB abaixo - mas perto - de 40 por cento. Mas um aumento no déficit fiscal além disso... e as medidas discricionárias já anunciadas colocariam pressão adicional sobre os mercados financeiros", alertou.