O ano de 2006 não foi marcado apenas pelo recorde atingido pelo Ibovespa, em maio. As novas ofertas públicas de ações também fizeram história: faltando mais de dois meses para o fim do ano, os papéis já lançados e aqueles que vão estrear até terça-feira representam um ingresso de aproximadamente R$ 26,9 bilhões na Bovespa, o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O valor, o maior desde o início da década, é 60% superior ao lançado em 2005.
No total, foram 40 ofertas públicas. Houve um "boom" de lançamentos nos primeiros quatro meses do ano, com 21 ofertas, mas a queda da bolsa desanimou muitas candidatas a estreantes na seqüência como a operadora de telefonia GVT, de Curitiba, que recebeu registro de companhia de capital aberto ainda no primeiro semestre mas só deve lançar suas ações em 2007.
Outra paranaense que deve estrear no ano que vem é a Positivo Informática, que deu início ao processo de registro há algumas semanas. A Bematech, que produz equipamentos de automação comercial, ainda não ingressou com pedido, mas fontes da empresa já anunciaram a intenção de estrear em 2007.
De todo modo, o fim das turbulências deu início a um novo movimento de ofertas no último mês, após quase 60 dias sem novidades: entre 21 de setembro e 24 de outubro, foram ou estão sendo lançadas ações de nove empresas (seis estreantes), com um total estimado em R$ 6,2 bilhões.
Corretores costumam sugerir muito cuidado com empresas iniciantes. Normalmente, elas são recomendadas somente àqueles investidores mais experientes e dispostos a correr mais riscos. Mas há algumas que, com poucos anos de bolsa ou menos de um ano já caíram nas graças de boa parte dos analistas, apesar de ainda serem indicadas com alguma cautela. Entre elas, estão a Cosan (maior produtora de álcool e segunda maior de açúcar do mundo, que subiu 102% desde a estréia, em novembro de 2005), a fabricante de cosméticos Natura, com alta de 78% nos últimos 12 meses, e o site Submarino, com valorização de 33,3% no mesmo período. (FJ)