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A sexta-feira do mercado de ações foi de fortes especulações em torno da oferta dos papéis do Banco do Brasil. No último dia para reservas de ações para pessoa física, as apostas corriam tanto pelo sucesso quanto pelo fraco interesse.

A expectativa de que os 5,6% do capital do banco oferecidos acomodem bem a demanda dos investidores fez as ações caírem mais 3,24% no pregão, com o quarto maior volume financeiro do dia, R$ 61 milhões.

Aos R$ 46,05 em que as ações fecharam nesta sexta-feira, a oferta principal movimentaria pouco mais de R$ 2 bilhões. Até quinta-feira, havia R$ 300 milhões reservados para o varejo, conforme uma fonte que participa da operação. No entanto, segundo essa fonte, o fechamento é uma incógnita.

- Há muitas corretoras que esperam para consolidar tudo e mandar junto no último dia - disse o executivo, que não quis arriscar um palpite para a demanda final do varejo.

Segundo o diretor de uma corretora que participou do processo, também pode haver surpresas devido à corrida de última hora. A corretora angariou pedidos para cerca de R$ 4 milhões em ações do BB, mais do que esperava.

- Hoje surpreendeu. Com a queda do papel, o pessoal se animou - disse o executivo.

Nas últimas duas semanas, o preço da ação caiu quase 10 reais, ou 17,7 por cento. Para um operador que participava da oferta em uma corretora e que acompanhou a movimentação das ações, muito dessa queda pode ter sido provocada por quem especulava contra a operação, vendendo ações do banco com a crença de que conseguirá recomprá-los mais baratos na oferta.

"O pessoal está apostando que vai ficar um pouco em baixo, pode vir atá com desconto. Então, alguns estão arbitrando, achando que é bom ficar 'short' e comprar na oferta", disse o operador.

Segundo um corretor, o aluguel de ações do BB foi fortemente demandado nesta sexta-feira, em um sinal de que havia especulação de quem, mesmo se ter os papéis em carteira, queria vendê-los para recomprá-los mais baratos.

Um operador informou que o aluguel chegou aos 20 por cento ao ano, bem acima do apontado nos contratos do interbancário, pouco acima dos 15 por cento ao ano.

No entanto, uma fonte que participa da operação esclareceu que a cotação de mercado das ações até serve de referência, mas que o preço da oferta será discriminado pelo líder, o Banco Pactual, junto aos vendedores, que incluem o próprio BB, a Previ, fundação dos funcionários do banco, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Havia também quem especulasse que a venda será um sucesso e que depois dela as ações voltarão a subir.

"A gente tem feito muito (contrato a) termo de gente que acredita na operação. Gente que não tem dinheiro para pagar à vista na oferta", disse o diretor da corretora que acolheu pedidos para 4 milhões de reais.

Se a aposta der certo e o preço de fato subir após a oferta, esse investidor poderá exercer o contrato e comprar o papel abaixo da cotação de mercado, no prazo combinado.

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