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Mesmo com as medidas anunciadas pelo Banco Central nos últimos dois meses para estimular a oferta de crédito, em especial a compra de automóveis, o setor não conseguiu decolar em agosto. Ao contrário, o crédito para veículos recuou pelo sétimo mês consecutivo e foi apontado como o principal freio na expansão dos empréstimos às pessoas físicas em geral.

Apesar disso, o governo acredita que os efeitos virão até o fim do ano e serão sentidos, justamente, nas vendas de carros.

Em agosto, quando o BC praticamente impôs aos bancos uma meta de expansão de 20% nas carteiras de veículos em relação ao primeiro semestre, o recuo no estoque do crédito foi de 0,3% em relação a julho - para um total de R$ 184,6 bilhões. Em 2014, a queda chegou a 4,2% até o mês passado.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, admitiu que o crédito para veículos tem segurado a expansão do financiamento total para pessoa física. "O crédito para veículos que cresceu de forma expressiva em anos anteriores, está recuando e segurando a expansão de crédito para pessoa física. A modalidade agora se ressente dessas antecipações", disse Maciel. A expansão foi de 14% em 2009; 50% em 2010; 27% em 2011; e 9% em 2012. Em 2013, houve queda de 0,2%.

Maciel avaliou que o impacto das medidas anunciadas pelo BC em julho e agosto para expandir a oferta de crédito deve ficar mais claro nesse segmento, mas, de qualquer forma, será "moderado".

Para este ano, o BC manteve a projeção de crescimento do crédito total em 12%, como já esperava em junho. Maciel reforçou que as medidas para estimular o crédito foram importantes para evitar que a estimativa fosse puxada para baixo.

A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, avalia que a tendência de recuo será mantida. "As medidas devem aliviar um pouco a situação do crédito, mas não devem ser suficientes para reverter a trajetória de retração do crédito livre em termos reais."

O BC também revisou as projeções para cada tipo de banco: a oferta de crédito pelos bancos privados estrangeiros aumentará 6% este ano, e não mais 9% como previsto anteriormente. Para os bancos públicos foi mantida a projeção de 17% de crescimento e, para os privados nacionais, passou de 6% para 7%.

O estoque de crédito subiu 1% de julho para agosto, para um total de R$ 2,86 trilhões. Apenas considerando o volume dos recursos livres, sem subsídios, a elevação foi de 0,5% no período (R$ 1,5 bilhão). Mas, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior e descontada a inflação do período, este foi o terceiro recuo consecutivo.

Considerando o crédito livre, a taxa média de juros apresentou leve recuo em agosto (de 32,3% para 32,2%), assim como o spread, que passou de 21,4 pontos porcentuais para 21,2 pontos - o spread é a diferença da taxa obtida pelos bancos e cobrada a seus clientes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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