O aumento na estimativa da produção nacional de trigo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) trouxe alívio ao mercado do cereal, mas ainda não resolve o problema da indústria. Em outubro deste ano, o órgão calculava que a colheita do produto somaria 4,8 milhões de toneladas, cerca de 10% mais do que no ano anterior. Com a confirmação de uma safra cheia no Rio Grande do Sul, contudo, a expectativa de oferta no Brasil subiu para 5,3 milhões de toneladas, conforme relatório de ontem. O resultado deste ano deu aos gaúchos a liderança na produção de trigo, com um salto de mais de 1,2 milhão de toneladas no ano – o estado deve retirar das lavouras mais de 3 milhões de toneladas do produto, contra 1,8 milhão de toneladas colhidas no ano passado. "Com essa oferta maior, diminuímos o problema do ano que vem, mas não o resolvemos. A dúvida do momento é sobre quanto a Argentina poderá exportar para o Brasil no próximo ano", diz Marcelo Vosnik, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

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