Superporto do Açu, no Rio de Janeiro, um dos empreendimentos do empresário Eike Batista| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

Disputa

Minoritários querem pôr BM&FBovespa em ação contra OGX

Agência Estado

Um grupo de acionistas minoritários da OGX, petroleira do grupo EBX, de Eike Batista, incluirá a BM&FBovespa como ré de uma ação judicial contra a empresa. Esse grupo, com base maior no Rio, mas que reúne acionistas de todo o país, pretende acionar na Justiça a OGX, Eike e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A alegação é de irregularidades na divulgação de informações, como fatos relevantes, bem como manipulação das cotações das ações. A BM&FBovespa será incluída no "polo passivo da ação", segundo Aurélio Valporto, integrante do grupo de minoritários, por causa de um convênio firmado em dezembro de 2011 com a CVM. "Temos evidências contra a Bolsa", disse Valporto. O convênio visou organizar a cooperação entre a Bolsa e o órgão regulador do mercado para o "acompanhamento e fiscalização da prestação de informações pelos emissores de valores mobiliários". Procurada, a assessoria de imprensa da BM&FBovespa disse que a empresa não vai comentar o caso.

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Marina da Glória

O empresário Eike Batista vai se desfazer da concessão da Marina da Glória, no Rio. A venda do controle foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A administração, que era feita pela MGX Empreendimentos Imobiliários e Serviços Náuticos, de Eike, será passada para a BRM Holding de Investimentos Glória.

A petroleira OGX, de Eike Batista, não deverá pagar US$ 44,5 milhões em juros que vencem hoje a detentores de bônus, aproximando a companhia do maior calote corporativo da história da América Latina.

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Endividada e sem produção de petróleo para honrar seus compromissos, a OGX não deve realizar o pagamento, afirmaram ontem duas fontes a par do assunto.

Caso a empresa decida não fazer o pagamento do cupom, um anúncio será feito dentro de poucos dias, disse uma das fontes. A outra fonte disse que a OGX quer usar o período de carência de 30 dias que começa quando a empresa perde o pagamento para concluir as negociações de reestruturação da dívida com os detentores de bônus.

De acordo com as duas fontes, a saída para a empresa passa por uma recuperação judicial, embora uma decisão formal sobre isso ainda não tenha sido acordada oficialmente.

O pedido de recuperação judicial deve ser realizado até o fim de outubro, disse uma das fontes com conhecimento direto do tema e que pediu para não ser identificado.Procurada, uma porta-voz da OGX não quis comentar.

A OGX contratou Bla­ckstone Group LP e banco de inves­timentos Lazard Ltd para "rever a sua estrutura de capital". Um grupo de credores, se preparando para uma negociação com a petrolífera, contratou a empresa de consultoria financeira Rothschild para aconselhá-lo sobre uma potencial reestruturação da dívida.

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O Pacific Investment Management Co, maior fundo de bônus do mundo conhecida como Pimco, e BlackRock Inc, maior gestora de fundos do mundo, fazem parte do grupo. Combinados, os detentores de bônus do grupo possuem mais da metade dos 3,6 bilhões de dólares em títulos da OGX em circulação.

O pagamento de hoje se refere a uma dívida de 1,1 bilhão de dólares em bônus com vencimento em 2022. A OGX também terá que arcar em dezembro com o pagamento de aproximadamente US$ 100 milhões de um cupom do bônus com vencimento em 2018.