As ações ordinárias (ON, com voto) da OGX Petróleo, do empresário Eike Batista, voltaram a disparar no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), embaladas por rumores sobre mudanças na administração da empresa. Por volta de 12h28m, os papéis apresentam valorização de 41,17%, a R$ 0,48, embalados pelos rumores de que a gestora Vinci Partners, do ex-banqueiro Gilberto Sayão, assumiria o controle da petrolífera. Procurada, a gestora informou que não procede a informação.
Segundo a notícia publicada no site Infomoney, a entrada da Vinci Partners na OGX ocorreria com a injeção de US$ 220 milhões, suficientes para iniciar a exploração do campo de Tubarão Martelo e para o desenvolvimento do campo BS-4, comprado da Petrobras. Na operação, a Vinci pagaria R$ 0,70 por ação para ficar com fatia de 25% a 30% do capital. Eike Batista seria diluído e deixaria o controle, como já ocorreu com a MPX, a LLX e o Porto Sudeste.
É o segundo dia de valorização da OGX por rumores. Na terça-feira, a alta de 47,82%, a R$ 0,34, foi puxada pela especulação de que estava próxima uma conversão dos títulos de dívida da empresa em ações pelos credores. Na noite de terça-feira, Eike informou que demitiu Luiz Carneiro da presidência da companhia e nomeou Paulo Narcélio Simões Amaral para o cargo.
O novo presidente entrou na OGX mês passado, como diretor financeiro e de Relações com Investidores. Narcélio é ligado à Angra Partners, de Ricardo Knoepfelmache, o executivo contratado para reestruturar o grupo EBX. Amaral foi diretor financeiro da antiga Brasil Telecom e da Pegasus, ambas presididas por Ricardo K na última década.
"A saída de Carneiro e a entrada de Narcélio evidenciam a força de Ricardo K na reestruturação na companhia. Eles trabalharam juntos na Brasil Telecom e na Pegasus", disse uma fonte a par das negociações.
Narcélio vai acumular três funções. Ele substituiu mês passado o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Monteiro, que se desentendeu com Ricardo K. No fato relevante, a OGX disse que "resolveu deliberar a contratação da Angra Partners, liderada pelo sócio Ricardo Knoepfelmacher, para coordenar e assessorar a companhia na reestruturação".
"Na prática, é o Ricardo K que está mandando na OGX", completou a fonte.
A relação entre Carneiro e Eike estava desgastada. Sua saída ocorreu após o executivo tentar, sem sucesso, renegociar a dívida da petroleira.
"Carneiro estava nos EUA sem conseguir resolver a renegociação da dívida. Sua saída começou a ser desenhada na segunda-feira. Na semana passada, houve cerca de 60 demissões na OGX, e a situação está muito desgastada na companhia. Outros 80 devem ser demitidos nos próximos meses", disse uma fonte.
Carneiro assumiu o comando da petroleira em junho do ano passado no lugar de Paulo Mendonça.
A OGX também informou a saída de seu diretor jurídico José Roberto Faveret - que estava à frente das negociações em Nova York. O advogado Darwin Corrêa atuará como consultor jurídico junto ao Conselho de Administração da OGX, disse a empresa. Darwin também tem relação com a Angra - foi ele quem representou a empresa e os fundos de pensão na disputa contra o banqueiro Daniel Dantas pelo controle da Brasil Telecom.