A Oi conseguiu, após muita polêmica, a aprovação da venda da operação portuguesa da Portugal Telecom (PT) para a francesa Altice por 7,4 bilhões de euros (cerca de R$ 22 bilhões). A decisão foi avalizada pelos acionistas da holding PT SGPS, antiga controladora da PT e atual acionista da Oi com 37% das ações, em assembleia realizada em Lisboa. A venda foi aprovada por 97% dos acionistas da operadora.
Agora, a companhia carioca já mira nos próximos passos: a consolidação com a TIM, segunda maior operadora de telefonia móvel do Brasil. Para Juarez Quadros, ex-ministro das Comunicações e sócio da Orion Consultores, se a venda da PT não fosse aprovada seria um "desastre" para a Oi, que acumulava dívida de R$ 47,7 bilhões no fim de setembro, último dado disponível. "Com essa venda, a Oi consegue equalizar a sua dívida, que é altíssima e vinha desgastando a companhia. Agora, vai trabalhar em uma solução para a consolidação do mercado de telefonia brasileiro", disse Quadros.
Para ele, o cenário mais rápido para a companhia hoje é fazer algum tipo de união com a TIM. "Só assim a Oi vai continuar como a maior concessionária do país. Há dúvidas se a viabilidade do fatiamento da TIM entre os concorrentes [como Claro e Vivo] é viável e sobre como os órgãos de controle analisariam o caso", destacou.
Fontes do setor, avaliam, porém, que Claro e Vivo não veem de forma favorável a união entre Oi e TIM, o que criaria a maior empresa de telefonia móvel do país e consolidaria a companhia como a segunda maior operadora de banda larga do país. Por isso, pretendem seguir na disputa por meio do banco BTG Pactual, que fará uma proposta para comprar a TIM e, em seguida, fatiá-la.
O imbróglio entre Oi e PT começou em 2014. Os portugueses, em segredo, compraram títulos da RioForte, do Grupo Espírito Santo. Os papéis venceram e não foram pagos, o que resultou em calote de quase R$ 3 bilhões.