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Telecomunicações

Endividada e em recuperação judicial, a Oi é alvo da cobiça de outras empresas

Torre da Oi
Torre Panorâmica nas Mêrces . #Oi #telepar (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Uma empresa com R$ 30 bilhões em dívidas, que se encontra em recuperação judicial, com problemas de caixa e grande presença na telefonia fixa, um segmento que está em queda. Aparentemente, seria um cenário desolador para a Oi. Mas não é isso que está acontecendo.

A empresa é alvo do interesse de grandes players, como AT&T, China Mobile, TIM e Telefónica foram apontados como interessados em adquirir, pelo menos, parte dela. O Grupo TIM, entretanto, nega qualquer negociação com a Oi.

“A Oi vive um momento desafiador e complexo. Tem um share forte em telefonia fixa e vê um cenário de estabilidade na telefonia móvel, com uma tendência maior das pessoas em usarem aplicativos como o Skype e o Whatsapp para falar”, diz Rafael Panonko, analista-chefe da Toro Investimentos.

Analistas ouvidos pela Gazeta do Povo apontam que há uma série de fatores que ajudam a Oi como ter ativos interessantes no caso de uma operação de fusão e aquisição, a grande capilaridade e a base de clientes.

A Oi é a líder no segmento de telefonia fixa, com 31,3% do mercado nacional; na banda larga, é a terceira, com 17,8% de share e no celular, a quarta, com 16,4% de participação. Os dados são da Anatel.

“A empresa atua em um país com dimensões continentais, tem grande capilaridade,  uma ampla gama de clientes e uma marca conhecida. Também está presente em municípios onde as outras não estão”, complementa Ilan Arbertman, analista da Ativa Investimentos.

Glauco Legat, analista-chefe da Necton Investimentos, afirma que para quem planeja entrar no mercado brasileiro - como a AT&T e a China Mobile - a compra da Oi significaria entrar no país com o pé direito, pois adquiriria uma empresa já consolidada no mercado.

Mas para ele, a Oi ficaria melhor posicionada para uma operação de fusão e aquisição com a venda da participação de 25% no capital da Unitel, operadora angolana de telefonia móvel, que tem o potencial de movimentar até US$ 1 bilhão.

“Com a venda da participação, a Oi fica em uma situação mais confortável para ter a parte móvel adquirida por outra empresa”, afirma ele.

O analista da Necton aponta que, nesse cenário, a empresa de telefonia ficaria com um negócio menos rentável: a telefonia fixa, mas que injetaria caixa na empresa já que os investimentos em infraestrutura estão pagos. E teria chance de explorar melhor a banda larga.

A venda da parte móvel da Oi daria ao comprador a liderança no mercado da telefonia celular. Em julho, segundo a Anatel, a TIM tinha 24% do mercado; a Claro, 24,7% e a Vivo, 32,3%. “E, além disso, garantiria sinergias ao comprador, com a necessidade da realização de menos investimentos e a eliminação de redundâncias administrativas e operacionais.”

No primeiro semestre empresa fez R$ 3,78 bilhões em investimentos, 51,7% a mais do que no mesmo período de 2018. O objetivo foi o de acelerar projetos em relação à fibra ótica e à banda larga móvel 4,5G.

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