Washington - Mais 50 milhões de trabalhadores poderão juntar-se aos desempregados em todo o mundo, em 2009 e 2010, se a reativação econômica for tão lenta quanto prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia. "Estamos certamente a caminho desse resultado desolador", afirmou.
A projeção foi reforçada pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, que prevê que o desemprego nos Estados Unidos ainda vai subir, depois de ter alcançado em março o recorde em 26 anos, 8,5%. As previsões para o resto do mundo rico não são melhores e só haverá recuperação para valer quando o saneamento dos bancos estiver avançado: este mantra foi repetido incessantemente por ministros, presidentes de bancos centrais e altos funcionários do Fundo, em reunião encerrada ontem.
Os bancos ainda estão cheios de ativos podres créditos de alto risco e a limpeza continua lenta, principalmente nos Estados Unidos. As autoridades americanas foram pressionadas dentro e fora dos salões do FMI para apressar o trabalho. Nos Estados Unidos, o esquema proposto pelo governo do presidente Barack Obama inclui a participação de investidores privados.
Mesmo na Europa, onde a intervenção no mercado está mais avançada e os governos já aplicaram 150 bilhões de euros na recapitalização dos bancos, o setor continua frágil, segundo o comissário da União Europeia (UE) para assuntos econômicos e monetários, o espanhol Joaquín Almunia.
A projeção do FMI de recuperação no mundo rico a partir do próximo ano tem como pressuposto o início da normalização dos mercados de crédito. No mundo desenvolvido, a atividade econômica é muito mais dependente do crédito do que em países como o Brasil, onde os empréstimos ao setor privado estão próximos de 40% do PIB. Nos países avançados essa relação corresponde ao dobro ou triplo da observada na economia brasileira.
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