A organização não-governamental Liga Ambiental informou que vai entrar na Justiça para impedir a construção da usina hidrelétrica de Mauá. A ONG quer evitar a assinatura de contrato entre o Consórcio Cruzeiro do Sul formado pelas estatais Copel e Eletrosul e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Prevista para o Rio Tibagi, na região dos Campos Gerais, a usina terá 362 megawatts de potência (suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes). Sua construção, orçada em R$ 950 milhões, tem início previsto para outubro. Outras usinas do Tibagi já foram embargadas, por ações movidas pelo Ministério Público Federal.
A iniciativa da ONG tem o apoio de pelo menos dois deputados estaduais. Na semana passada, a deputada Rosane Ferreira (PV), vice-presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, solicitou a formação de uma frente parlamentar de acompanhamento do projeto, com 11 participantes. Nas próximas semanas, partidos e bancadas devem indicar seus representantes.
Contrária à construção da usina, a deputada explica que a Constituição do Paraná determina que a Assembléia deve acompanhar as negociações sobre aproveitamento energético de recursos hídricos. "Com certeza a hidrelétrica terá grande impacto sobre o meio ambiente. Mas isso não quer dizer que com a adequação do projeto e uma discussão mais efetiva com a sociedade não possamos rever nosso posicionamento."
A deputada admite que a bancada governista pode tentar barrar as discussões o governo estadual é o principal acionista da Copel , mas diz esperar que argumentos a favor de Mauá sejam "técnicos, e não políticos". O presidente da Comissão de Ecologia, Luiz Eduardo Cheida (PMDB), que foi secretário estadual do Meio Ambiente entre 2003 e 2006, também é contra a usina. "O que puder fazer para impedir que a obra seja efetivada, farei", disse Cheida.