O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta sexta-feira, 7, que o reajuste anunciado ontem de 5% nos preços do diesel nas refinarias deve ter um impacto proporcional nos custos da geração térmica, uma vez que há térmicas a óleo diesel tendo suas operações disparadas.
"Pesa um pouquinho, mas não é o grosso da geração", disse. De acordo com Chipp, de 20 mil megawatts (MW) no parque térmico total brasileiro, apenas 3 mil MW são gerados por térmicas a diesel, localizadas no Nordeste. A maior parte das usinas utiliza o gás como combustível.
O ONS acredita que, se mantidas as previsões dos institutos de meteorologia, o País não terá problemas de pico excessivo de energia no verão de 2015, como ocorreu na mesma estação do ano passado, afirmou Chipp. O executivo destacou que o ONS tomou medidas como preservar o volume de energia nos reservatórios de usinas localizadas na cabeceira dos rios durante o período seco, do fim de abril ao início de novembro.
A medida inclui usinas como Furnas, Emborcação e Nova Ponte. A estratégia é começar a soltar essa energia agora no período em que a demanda começa a crescer, o que já está sendo feito. "Durante o período preservou-se o volume das usinas de cabeceira para agora soltar, porque você aumenta a produtividade e gera (energia) em cascata", explicou Chipp, que participa de um debate do setor elétrico promovido pela PUC-Rio.
Ontem, em Brasília, o executivo negou que haja risco de racionamento de energia. Segundo ele, os institutos de meteorologia preveem que as chuvas a partir de novembro ficarão na média ou acima da média.
Apesar disso, Chipp afirmou hoje que o cenário meteorológico ainda não traz um prognóstico suficientemente positivo para justificar o desligamento das usinas térmicas no País. "Enquanto essa chuva não vier firme, de forma que recupere o nível dos reservatórios, o operador não vai recomendar ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) a paralisação de térmicas", disse.
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