Várias cidades banhadas pelo Rio Grande, no sul de Minas Gerais, estão sujeitas a elevações ou reduções repentinas do nível de água. O motivo para isso é a autorização concedida pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para que as usinas de Furnas possam abrir os vertedouros acelerando o processo de geração de energia elétrica.
A medida - tomada em razão da estiagem e da crise energética- coloca em risco pescadores, banhistas, embarcações e outros usuários do rio nos municípios abaixo da barragem de São João Batista do Glória (MG). Também são afetados as localidades de Cássia, Ibiraci e Delfinópolis.
A medida vale para as Usinas de Furnas, Mascarenhas de Moraes e Marimbondo. E, por causa dessa necessidade de produção de energia e os efeitos no rio, o Corpo de Bombeiros e a própria Usina de Furnas passaram a emitir alertas para evitar acidentes e vítimas. O nível da água pode subir ou descer em pouco tempo e o perigo é grande para quem estiver nadando ou navegando pela região.
De acordo com os bombeiros, o risco existe quando a usina acelera o processo ou mesmo quando reduz de repente. No caso de a água baixar de uma vez, buracos surgem na areia ou pedras e árvores podem aparecer em vários pontos. E, em caso contrário, quando a usina libera as comportas de repente, o problema é a correnteza.
Seca
A necessidade de geração de energia por parte das hidrelétricas de Furnas ocorre, principalmente, em razão da estiagem. Como o Brasil depende muito dos rios e as chuvas foram escassas nos últimos meses, a falta de água e a ameaça de um apagão se tornaram constantes.
O Lago de Furnas, apesar de estar no nível mais baixo dos últimos 13 anos, é fundamental para várias usinas do Sudeste. O problema é que a geração de energia implica em soltar água e reduzir o reservatório que também é a base da economia de mais de 30 municípios que vivem do turismo, agricultura e pesca - todos dependentes do rio e que sentem os efeitos dessa medida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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