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E-lixo

ONU e fabricantes se unem para combater lixo eletrônico

Três agências da Organização das Nações Unidas (ONU), universidades e 16 fabricantes de tecnologias - entre as quais Microsoft, Hewlett Packard (HP) e Philips – criaram uma aliança para determinar diretrizes mundiais que protejam o meio ambiente contra as montanhas de lixo eletrônico (e-lixo) proveniente de computadores, celulares e televisores descartados.

O novo projeto, que recebeu o nome de StEP ("Solving the E-waste Problem" ou "Solucionando o Problema do e-lixo"), terá o comando centralizado em Bonn, na Alemanha, e incentivará programas de reciclagem e de ampliação da vida útil dos produtos eletrônicos.

- Existe uma urgente necessidade de harmonizar as abordagens quanto ao lixo eletrônico, em todo o mundo - disse o especialista Rüdiger Kühr, da Universidade da ONU, que comandará o secretariado do StEP.

Em seu livro "Computadores e Meio Ambiente", o pesquisador alemão Kühr destacou que a fabricação de um computador de tela plana de 17 polegadas consome 240 quilos de combustíveis, 22 quilos de produtos químicos e 1.500 litros de água – ou 1,8 toneladas de matérias-primas.

Kühr afirmou ainda que os detritos eletrônicos - como fornos de microondas, baterias, copiadoras ou secadores - podem liberar toxinas caso sejam incinerados. Aparelhos eletrônicos mais antigos, por exemplo, contêm produtos químicos venenosos, como toxinas, e metais pesados, como o mercúrio e o cádmio.

Alguns produtos contêm metais valiosos como ouro, platina ou o índio, usado em televisores de telas planas, ou rutênio, usado em resistores. Algumas destas substâncias, cujo preço por quilo era de US$ 70 em 2002, chegam a custar US$ 725 por quilo atualmente.

Os detritos elétricos e eletrônicos estão entre as categorias de lixo de mais alto crescimento no mundo, e em breve devem atingir a marca dos 40 milhões de toneladas anuais, o suficiente para encher uma fileira de caminhões de lixo que se estenderia por metade do planeta, segundo o StEP.

O programa administrará diversos projetos, nos próximos anos, com custo provável da ordem de milhões de dólares, a fim de determinar diretrizes para a disposição de aparelhos, tomando por base a legislação de lugares como o Japão, a União Européia e os Estados Unidos.

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