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Com a queda de mais de 72% no preço do barril em pouco mais de cinco meses, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu pelo maior corte na produção da história do cartel para tentar estancar as perdas. Ainda assim, a cotação do óleo mineral continuou a cair e atingiu ontem o seu menor valor em mais de quatro anos.

Reunido na Argélia, o cartel responsável por cerca de 40% da produção mundial decidiu cortar 2,2 milhões de barris diários – a maior redução desde que foi criado o sistema de cotas por países, em 1982. O recorde anterior era de 1,7 milhão de barris, em 1999, logo após a crise asiática, que derrubou o preço para cerca de US$ 10.

Foi o terceiro corte desde setembro (os dois anteriores somavam cerca de 2 milhões de barris por dia), reduzindo em quase 15% a produção de petróleo do cartel na comparação com a de três meses antes. A redução superou as expectativas, mas já era esperado um corte significativo depois que a Arábia Saudita, o maior produtor mundial, anunciou na terça-feira que esperava por uma queda de 2 milhões de barris.

Apesar do anúncio da Opep, o preço do barril continuou a cair devido às preocupações com a economia internacional e à incerteza de que o cartel realmente cumprirá sua promessa de corte – em outras ocasiões, os países prometeram diminuir a produção, mas vários dos seus membros não cumpriram a decisão.

Em Nova Iorque, a commodity terminou o dia valendo US$ 40,06 (em queda 8,12%), a menor cotação desde julho de 2004. Após atingir preço recorde em julho, na casa dos US$ 145, o barril já perdeu 72,43% do seu valor. Na época, apesar dos sinais da crise, a esperança era que os emergentes conseguissem se descolar dos países ricos e tivessem um forte crescimento. Desde então (especialmente a partir da concordata do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro), o cenário mudou: a maioria dos países avançados já está em recessão, e os emergentes se preparam para fortes desacelerações. Com isso, já se espera por uma queda na demanda global por combustíveis.

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