Os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) encontraram-se em Viena na quinta-feira, véspera de uma reunião emergencial do grupo na qual vão buscar deter a queda do preço do petróleo em meio à pior crise financeira global dos últimos anos.
De acordo com membros da Opep, a reunião de sexta deverá resultar em corte na produção para tentar evitar quedas mais fortes no preço da commodity.
O contrato referencial do petróleo nos EUA caiu mais de 50 por cento depois de atingir em julho o recorde de 147,27 dólares o barril. Na quinta-feira, a commodity era negociado por volta de 68 dólares o barril.
A forte queda levou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo a antecipar para sexta-feira uma reunião de emergência originalmente marcada para 18 de novembro, e isso reavivou as lembranças do colapso de preço de 1998, quando o petróleo foi abaixo de 10 dólares.
Na chegada a Viena, o ministro venezuelano de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez, afirmou que existe o risco de que o petróleo possa cair de novo para esse nível, e que a Opep precisa agir sem demora.
"Temos que lidar com a situação de uma maneira muito, muito responsável como Opep...assim podemos evitar um colapso do preço como em 1998", disse ele.
"Haverá um consenso para que haja uma ação muito, muito, muito rápida", disse ele sobre a reunião de sexta-feira, explicando que na sua opinião o grupo precisa definir um corte inicial de ao menos 1 milhão de barris por dia (bpd).
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, afirmou simplesmente que o preço do petróleo será determinado pelo mercado.
Único membro da Opep que está produzindo uma quantia significativamente maior do que seu objetivo oficial, a Arábia Saudita deve liderar qualquer redução na oferta.
No momento em que a desaceleração econômica vem prejudicando a demanda por petróleo e os estoques vêm aumentando, a maior parte dos ministros da Opep afirma que uma redução é essencial.
Mas eles divergem sobre a quantia de petróleo que deve ser cortada para limitar o excesso de oferta e proteger suas economias.
O presidente da Opep, o argelino Chakib Khelil, está entre os que disseram que pode ser preciso mais do que uma reunião para conseguir o equilíbrio correto entre oferta e demanda e entre necessidades de produtores e consumidores.
"A preocupação dos países produtores é de que, qualquer que seja a decisão tomada, que não tenha um impacto sobre o crescente tormento dos países consumidores", disse Khelil.