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Fisco

Operação da Receita tenta recuperar R$ 3,1 bi de impostos não recolhidos

A Receita Federal anunciou nesta segunda-feira (1º) ações para tentar recuperar impostos que não foram recolhidos, aparentemente por erros na declaração. O órgão vai mandar avisos para empresas e entidades solicitando informações adicionais ou sugerindo que elas revisem suas declarações. Haverá três ações dentro do chamado Programa Alerta, com potencial de recuperar até R$ 3,1 bilhão de impostos, segundo a Receita.

"Essa é a primeira vez que a Receita comunica antes de iniciar um processo de fiscalização. Ou seja, a fiscalização está ficando mais boazinha", disse o coordenador geral de fiscalização da Receita, Iágaro Jung Martins. Na maior das ações, o órgão enviará cartas para 2.091 entidades que se declararam isentas de contribuições previdenciárias cobrando o certificado que autoriza essas instituições a não pagarem o imposto.Essas 2.091 entidades deixaram de pagar R$ 2,8 bilhões em contribuições previdenciárias entre 2010 e 2011.

São casos de hospitais, universidades, ONGs e instituições de assistência social cujas habilitações não foram localizados pelos órgãos responsáveis pela certificação - ministérios de Educação, Saúde ou Assistência Social.

Martins reconhece que pode ter havido algum erro no banco de dados do ministério. Segundo ele, as entidades que tiverem o certificado devem apresentar o documento original e uma cópia em uma agência da Receita Federal. As instituições que não tiverem o certificado podem corrigir sua declaração na internet.

Outra ação focada no setor de bebidas tem potencial de recuperar R$ 200 milhões. A Receita detectou inconsistência nos impostos recolhidos de 23 empresas de bebidas que são acompanhadas pelo Sicobe, um sistema especial de controle fiscal que segue em tempo real a produção de cerca de 200 empresas do setor.

A terceira ação detectou possíveis erros nas declarações de 105 empresas fornecedoras do governo federal. Um cruzamento entre essas declarações e os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) indicam uma diferença de R$ 1,5 bilhão entre os gastos do governo e a receita dessas companhias. Isso significou menos R$ 100 milhões em impostos recolhidos, segundo a Receita.

"Nós acreditamos que essas diferenças decorrem efetivamente de erro no preenchimento. Não nos parece normal que alguém que queira sonegar vá sonegar as vendas feitas para o governo federal ou as vendas do Sicobe, que é uma informação que nós recebemos", disse.

Empresas e entidades alertadas têm até novembro para regularizar sua situação. Elas pagarão juros pelo atraso no recolhimento de impostos, mas ficarão livres da multa de 75% cobrada sobre o impostos sonegados. A partir de dezembro, a Receita começará a fiscalizar as instituições que não corrigirem suas declarações.

Ação piloto

Em maio, a Receita fez uma ação piloto para testar o Programa Alerta. O órgão mandou avisos para 4 mil empresas que fazem suas declarações no sistema de lucro presumido. Nesse sistema, a empresa paga o imposto sobre uma estimativa do seu lucro e não sobre os ganhos de fato auferidos.

A Receita havia identificados R$ 922,4 milhões de impostos não recolhidos, possivelmente por erro do contribuinte.Do total alertado, 15% corrigiram suas declarações e pagaram mais R$ 122 milhões. Outros 13% modificaram suas declarações para tentar se encaixar nos critérios do sistema, no que foi avaliado como tentativa de fraude pela Receita. Essas empresas estão agora sendo fiscalizadas pelo órgão.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

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