Uma vez que determinada informação cai na rede, pode ser muito difícil, se não impossível, retirá-la do ar. Por isso, ajustar a reputação de uma pessoa no ambiente on-line geralmente se resume a enganar os mecanismos de busca. Alguém preocupado com a própria imagem e que saiba como funciona a arquitetura da web pode tentar fazer isso por conta própria, ao encher a internet de conteúdo favorável. A medida pode incluir a criação de sites ou blogs pessoais, e o registro em redes sociais populares como Facebook, Twitter e LinkedIn.
Com alguma sorte, essas páginas aparecerão em destaque nas buscas, ofuscando assim o material negativo. Mas a tática tem limites, especialmente quando os sites que se quer ocultar são populares e, por isso, atrativos para ferramentas de pesquisa on-line.
Um desses portais é o Gawker, uma espécie de blog de mídia que ganhou fama ao alçar personagens do relativo anonimato para torná-los verdadeiros vilões da web. A partir de 2009, a equipe do Gawker começou a publicar uma série de posts sobre Julia Allison, ex-colunista que escrevia sobre sexo na revista Time Out New York e auto-intitulada expert em meios de comunicação. Os leitores logo ficaram sabendo dos vídeos em que Julia aparecia discutindo publicamente com o então namorado, mensagens pessoais e fotos da colunista apenas em lingerie, que haviam sido previamente publicadas em seu próprio blog, foram em seguida enviadas aos editores do Gawker.
Sozinha, Julia tentou ajustar os resultados das buscas com seu nome, mas ficou tão farta com a ineficácia das tentativas que chegou a declarar que estava "abandonando" a internet. "É como enxugar gelo", diz a ex-colunista, que está negociando um contrato com a Reputation.com para melhorar sua presença na web. "Arrume aqui e outro problema surge ali. Passei horas e horas tentando resolver a quase impossível missão de resgatar uma reputação destruída por calúnias no ambiente on-line", relata.
Estratégia
É aí que entram em cena os especialistas. Gestores de reputação on-line costumam ir mais longe ao explorar o funcionamento de serviços de busca como o Google e o Bing, que basicamente listam as páginas de acordo com o número de links que levam até elas. Para enganar esse sistema, os gestores contratam programadores que criam sites fictícios cujo único propósito é conter links para páginas aprovadas pelo cliente. Quanto mais links, mais evidência ganham os sites de conteúdo positivo.
Os profissionais também podem entrar em contato diretamente com blogueiros e webmasters, principalmente no caso de sites pequenos, para solicitar que determinadas informações sejam removidas o trabalho de convencimento geralmente apela para o senso de justiça das pessoas. Alguns serviços são mais desafiadores do que outros. A Wikipedia pode ser editada por qualquer pessoa, mas apagar uma imagem do Google até agora se provou impossível para os gestores de imagem.
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