O presidente da Claro, João Cox, não esconde uma certa inquietação com os questionamentos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a respeito da possibilidade ou não do funcionamento de redes de terceira geração (3G) na faixa de 850 MHz. De acordo com o executivo, a operadora já montou uma estrutura de 3G nesse espectro, e bastaria o OK do órgão regulador para que ela começasse a funcionar. No Paraná, isso não ocorreria, entretanto, pois a TIM é que possui essa freqüência no estado.
"Acho curiosa essa discussão sobre terceira geração porque, como concessionária, contratamos espectro e é nossa obrigação dar a ele o melhor uso. Por isso, se temos faixas de 850 MHz vagos é nossa obrigação perante a sociedade ocupá-las", afirmou Cox no segundo dia do Futurecom.
Apesar da controvérsia, a Anatel pretende lançar o edital do leilão de freqüências para 3G até o fim do mês. Na opinião dos especialistas, a terceira geração estará efetivamente funcionando no Brasil até a metade de 2008. Além da Claro, Vivo, TIM e Brasil Telecom garantem que vão disputar essa compra, mas não demonstram entusiasmo nem pressa na implementação da 3G. "Nenhuma operadora pode se dar ao luxo de abrir mão de freqüência", avalia Marco Aurélio Rodrigues, da Qualcomm. "Trata-se de uma riqueza limitada, se não finita, de que elas dependem para crescer."
A Vivo, que tanto lutou pela terceira geração no passado recente e que lançou um serviço do tipo ainda em 2005 (por meio da tecnologia EV-DO), parece escaldada com a experiência. O presidente da operadora, Roberto Lima, afirmou que a licitação de terceira geração é preocupante porque vai exigir investimentos altos. "Não se sabe se a receita virá na mesma velocidade da necessidade de investimentos", disse. "A Vivo apostou durante anos em uma tecnologia fantástica, que é a base da terceira geração [o CDMA], mas o mercado brasileiro estava optando pela GSM", resignou-se.
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