Mudanças à vista
Empresas passam por reestruturação no Brasil
Enquanto traçam estratégia agressiva de expansão para abocanhar mais clientes no mercado nacional, as operadoras de telefonia móvel no Brasil passam por uma movimento de reestruturação interna que pode mudar a configuração de seus negócios. A Oi, que está em processo de fusão com a Portugal Telecom (PT), deverá levantar entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões com uma oferta pública primária de ações para concluir a operação.
O mercado também especula qual será o futuro da TIM Brasil. O presidente executivo da Telecom Itália, Marco Patuano, reiterou o comprometimento da companhia, dona da TIM no país, com o mercado nacional, em recente conversa com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Roger Solé, diretor de marketing da subsidiária italiana no mercado brasileiro, reiterou que a empresa mantém o compromisso de investir R$ 11 bilhões entre 2014 e 2016, dos quais 90% serão aportados em infraestrutura. Há meses, o mercado especula sobre a chance da TIM ser dividida entre suas concorrentes no Brasil, após a espanhola Telefônica ter feito acordo no ano passado para aumentar sua fatia no grupo de controle da Telecom Itália.
O Conselho Administrativos de Defesa Econômica (Cade) disse em dezembro que a Telefônica terá de vender sua participação na TIM ou buscar um novo parceiro para a Vivo, braço de telefonia móvel da Telefônica Brasil.
A disputa das operadoras de telefonia móvel, que nunca foi tranquila, vai ficar ainda mais acirrada. As empresas tentam garantir a fidelidade do cliente, sobretudo no segmento pré-pago, que responde por quase 80% do mercado brasileiro. Com a perspectiva de expansão limitada de serviço de voz, as companhias iniciaram uma verdadeira batalha para vender seus pacotes de acesso à internet.
A Claro anuncia nesta semana que todos os seus usuários terão acesso à rede 4GMax (de quarta geração), a partir de abril, sem custo adicional. "Seremos a primeira operadora a oferecer esse serviço", diz Rodrigo Vidigal, diretor de marketing da companhia.
Mais do que buscar um posicionamento de liderança no mercado, as operadoras querem avançar na oferta de serviços de rede para aumentar rentabilidade nos planos pós e pré-pagos. "As companhias não têm alternativa. O serviço de voz, em termos de receita, está chegando ao seu limite", afirma Eduardo Tude, diretor da consultoria Teleco.
Christian Gebara, diretor executivo de mercado individual da Telefônica Vivo, prevê um ano de crescimento. "Teremos maior visibilidade com a Copa do Mundo, já que a Vivo é patrocinadora da seleção brasileira". No segmento 4G, a companhia possui um plano de compartilhamento de dados entre smartphones, tablets e notebooks, com pacote de plano único.
Em 2013, a Claro ultrapassou a Vivo e assumiu a vice-liderança no mercado pré-pago, alcançando 25,71% de participação com uma política agressiva de preços. A TIM é líder nesse segmento, de acordo com dados da Anatel. Atualmente, dos 272,3 milhões de celulares ativos, 212,3 são na modalidade pré-pago. Do total dos ativos, 106,4 milhões deles têm acessos banda larga.
Liderança
A TIM aposta nos chamados planos híbridos, nos quais os usuários têm pacote de preço fixo que, passado o limite, o aparelho é bloqueado. "Na prática, as pessoas ainda usam o celular para falar. Mas cada vez mais querem ter acesso à rede", diz Roger Solé, diretor de marketing da TIM.
Para João Moura, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp), a tendência no futuro é que o serviço de voz perca espaço para aplicativos, como WhatsApp e outras ferramentas interativas nas redes sociais, que são oferecidos por pacote de dados. "A modalidade pré-paga, como foi concebida, quando muitos usuários só recebiam ligação, fazia sentido no passado", diz.
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