Embora até agora o porcentual de clientes que têm mudado de operadora com a portabilidade seja pequeno – 0,2% do total de consumidores atingidos –, as companhias telefônicas esperam que a mudança colabore para transformar o mercado de telefonia no país. "É uma oportunidade de crescimento para todas as operadoras, já que o cliente passa a ser o dono do número de telefone, e não mais a companhia telefônica.", afirma o diretor regional da TIM, José Doroteu Fabro.

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Na avaliação do presidente da consultoria em telecomunicações Teleco, Eduardo Tude, quem perde mercado, num momento inicial, são as operadoras que estão há mais tempo em atuação e que têm os clientes mais antigos – no Paraná, portanto, elas seriam a TIM, na telefonia móvel, e a Brasil Telecom, na telefonia fixa. "As operadoras mais antigas sofrem mais pressão inicialmente, mas, passados três meses, quem estiver ganhando mercado é quem vai se beneficiar mais. É um processo muito dinâmico", diz Tude.

Ele avalia que a operadora GVT "certamente vai se beneficiar", já que é praticamente a única concorrente da Brasil Telecom na telefonia fixa no DDD 41 – além dela, há a TIM, que recentemente lançou o seu serviço de telefonia fixa. O diretor de marketing e produtos da GVT, Ricardo Sanfelice, está, de fato, empolgado com as perspectivas de crescimento da empresa. "De setembro até agora, quando a portabilidade entrou em vigor, 22 mil clientes migraram para a GVT. Hoje, nossa empresa é líder em portabilidade na telefonia fixa no Brasil." Em certas cidades, conta Sanfelice, houve um incremento de vendas de até 45%. É o que ele espera que aconteça em Curitiba.

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Marcelo Repetto, da Vivo, faz um balanço positivo do início da portabilidade nas cidades em que a operadora está presente. "Tivemos uma performance muito boa no mercado corporativo e com clientes pós-pagos", afirma. Já o diretor regional da Claro, Eduardo Coutinho, destaca que, para cada cliente que a Claro perde para outra operadora, ganha outros quatro. "A Claro vem ganhando mercado nos últimos meses no Paraná. Nossa expectativa é chegar ao final do ano com 19% de participação – um ponto porcentual acima dos atuais 18%."