Entretenimento
Sony trará Google TV ao Brasil, por R$ 899
Folhapress
A Sony e o Google anunciaram ontem a chegada ao Brasil de uma central de internet para televisores baseada na Google TV, plataforma desenvolvida pelo Google para o consumo de conteúdo em televisões.
O aparelho, batizado de Internet Player Sony (ou NSZ-GS7), chegará às a lojas 1º de novembro, com a pré-venda começando na próxima segunda-feira. Custará R$ 899 a Apple TV, um dos concorrentes do dispositivo, sai por R$ 399. Lançado em junho nos EUA (por US$ 200), o Internet Player ganhou conteúdo local por meio de parcerias com canais de TV (Band, Globo, Record e SBT) e portais de internet, como o UOL.
Além disso, ele dá acesso a uma versão da loja virtual Google Play, com aplicativos desenvolvidos especificamente para televisores, segundo a Sony. A empresa diz que outros "milhares" de aplicativos da loja também funcionam no dispositivo. Porém, a compra de músicas e vídeos pelo Google Play continuam indisponíveis no país, bem como os serviços Sony Entertainment Network, loja virtual de vídeos, filmes e música da companhia. Além disso, o dispositivo não armazena arquivos localmente.
A Sony espera atingir fãs de tecnologia e consumidores que compraram nos últimos anos televisores sem conectividade à rede. "O mercado brasileiro é muito importante para a Sony", disse Tiger Imamura, vice-presidente de home entertainment & sound business group, que veio ao país para o lançamento.
Leilão "acertou em cheio", diz Rezende
O presidente da Anatel, João Rezende, afirmou ontem que o Brasil está acompanhando os demais países na implementação da rede 4G. Ele reforçou a tese do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que afirmou, na noite de segunda-feira, que o país "acertou em cheio" na realização do leilão do 4G neste ano. À época, muitas operadoras reclamaram da licitação da banda larga móvel de quarta geração num momento em que o país ainda não universalizou a rede 3G.
"Não estamos nem atrasados nem adiantados. Estamos em compatibilidade com os demais países que vem experimentando a quarta geração", disse Rezende. Para Bernardo, a rede 4G vai ajudar a desafogar a rede 3G, melhorando a sua qualidade. A rede 4G já é realidade nos Estados Unidos e em alguns países da Europa e da Ásia. No Brasil, as primeiras cidades a receber a nova conexão serão as sedes da Copa das Confederações. Na Futurecom, as principais operadoras estão realizando testes com o 4G.
O presidente da Anatel também falou sobre a abertura do mercado de tevê por assinatura. Segundo ele, foi a legislação mais importante do setor no Brasil nos últimos 30 anos, com exceção da privatização do setor de telefonia. "Tivemos um mercado estagnado por 12 anos, e agora estamos com 300 mil novos clientes a cada mês." A lei foi sancionada em setembro do ano passado.
R$ 52,2 bilhões em impostos foram recolhidos pelo setor de telefonia móvel no ano passado, no Brasil. De acordo com a associação das operadoras GSMA, esta é a maior carga tributária do mundo no setor.
Com a melhora da conexão de banda larga fixa, a chegada da rede de quarta geração de telefonia celular e os avanços na tecnologia dos dispositivos móveis, as operadoras brasileiras estão investindo na oferta de conteúdo. Claro e Vivo anunciaram ontem projetos nesse sentido durante a Futurecom, maior evento de telecomunicações do país, realizado no Rio de Janeiro.
A Claro apresentou o Claro Video, aplicativo similar a alguns presentes no mercado brasileiro, como Netflix e NetMovies. O serviço será lançado no primeiro trimestre de 2013 em todo o país e não será exclusivo para clientes da operadora. O objetivo é que o app possa ser baixado em tablets e celulares iOS e Android, e também em consoles de videogame, como o Xbox 360, da Microsoft. Os preços não foram informados.
A Telefônica/Vivo anunciou a entrada no mercado de tevê por assinatura por meio da rede de fibra óptica, uma solução conhecida como IPTV. A GVT TV opera com infraestrutura semelhante, um híbrido de IPTV e DHT (via satélite). O serviço começará em São Paulo, onde a empresa já cobre um milhão de domicílios com internet por fibra 100 mil são clientes. O presidente da empresa, Antônio Carlos Valente, diz que não haverá "canibalização" do mercado da TVA, empresa do grupo. O programa deve se expandir por São Paulo ao longo de 2013. Não há previsão de chegada do serviço no Paraná.
A opção das operadoras em investir na oferta de conteúdo é uma tentativa de encontrar novas fontes de receita. Há uma tendência clara dos consumidores com smartphones de deixar de utilizar SMS e serviços de voz, priorizando os aplicativos over-the-top, que apenas rodam sobre a rede banda larga. O aplicativo de mensagem Whatsapp e o de Voip Skype, por exemplo, passaram a ser opções mais econômicas para os usuários.
Rede rápida
Claro e Vivo também deram mais detalhes sobre suas redes 4G. A Claro anunciou a chegada a Curitiba da internet superrápida para celular até dezembro do ano que vem, "mas provavelmente bem antes disso", de acordo com o presidente da companhia, o mexicano Carlos Zenteno. As seis cidades-sedes da Copa das Confederações serão priorizadas, obedecendo o cronograma do governo federal, que prevê cobertura mínima de 50% de internet 4G até abril do ano que vem, na área urbana desses municípios. Depois dessa data, a empresa vai se focar nas cidades restantes que serão sede da Copa do Mundo, incluindo Curitiba. Ericsson e Huawei serão as fornecedoras dos equipamentos para a operação 4G as mesmas que atuarão com a Vivo. Pela regra do governo, 50% dos equipamentos devem ser produzidos no Brasil.
A Vivo deve lançar em breve, começando por São Paulo, internet banda larga de 200 megabits por segundo (Mbps). Hoje, o plano de maior velocidade para pessoa física é de 100 Mbps.
Até 2014, 135 milhões de celulares com banda larga
O Brasil deve, nos próximos dois anos, mais do que dobrar o número atual de 60 milhões de celulares com banda larga, segundo um relatório feito pela consultoria Deloitte para a GSMA, entidade que representa mais de 800 operadoras de telefonia móvel do mundo. O país é quarto maior mercado do mundo no segmento.
A GSMA realizou a sua reunião global no Rio de Janeiro, na última semana. O italiano Franco Bernabè, presidente da GSMA e da Telecom Italia, controladora da TIM no Brasil, reclamou bastante do alto custo dos impostos sobre o setor de telefonia. Segundo ele, o Brasil lidera a carga tributária sobre o setor em todo o mundo. "Há 20 anos o telefone celular era um bem de luxo. E os impostos refletiam isso. Mas o celular se tornou um item popular de consumo. A filosofia de impostos sobre a telefonia móvel também precisa mudar."
De acordo com o relatório, o país arrecadou R$ 52,2 bilhões em impostos com o setor de telefonia móvel no ano passado. Entre operadoras e prestadoras de serviços, foram gerados 250 mil empregos no ano. Na conversa com jornalistas, Bernabè se ateve a discutir assuntos da GSMA, e não quis responder questões relacionadas à Telecom Itália ou a TIM.
A entidade listou três questões como prioritárias para melhorar a qualidade da telefonia móvel no país. Além da redução da carga tributária, pediu uma legislação para tornar mais eficiente a instalação de antenas pelas operadoras e uma melhora na qualidade de serviço por parte de fabricantes e produtoras de conteúdo. "O Brasil tem mais de 200 legislações diferentes relacionadas à instalação de antenas. Sabemos que é um processo demorado e burocrático", disse Anne Bouverto, diretora-geral da GSMA.
O outro ponto está relacionado à qualidade dos aparelhos vendidos e dos serviços prestados por celular, como aplicativos e sites desenvolvidos para terem melhor desempenho em acessos móveis. Ela citou a diferença de experiência para quem usa um celular como o Galaxy S III, da Samsung, para aparelhos de gerações anteriores. "É um aparelho com NFC e otimizado para uso de internet."
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