O sucesso da Nokia no mercado de laptops, ferozmente competitivo, dependerá de as operadoras de telefonia móvel oferecerem à gigante dos celulares uma abertura que não está disponível para a maioria dos fabricantes de computadores.
A Nokia vai explorar seus elos duradouros com operadoras como a Vodafone e a Deutsche Telekom a fim de chegar aos domicílios a custo mais baixo, com as operadoras subsidiando parte do preço do netbook em troca da receita propiciada por contratos de serviço longos.
As operadoras em mercados maduros já vêm oferecendo netbooks, porque isso permite que vendam uma conexão adicional de Internet em um mercado onde todo mundo tem celulares e adquirir clientes junto a operadoras rivais é dispendioso.
O desvio de verbas das operadoras do subsídio de celulares para o de netbooks pode ter convencido a Nokia a fabricar computadores próprios.
"A Nokia, na verdade, não tinha muita escolha a não ser aderir ao mercado de netbooks," disse Neil Mawston, analista da Strategy Analytics. "Os netbooks são categoria de alto crescimento, e as operadoras europeias estão aderindo com ímpeto."
Na semana passada, a Nokia mostrou seu primeiro netbook - o que a colocará em concorrência com gigantes da computação como a Hewlett-Packard, Dell e Lenovo -, e posicionou seu novo produto na banda mais luxuosa do mercado, com preço de 575 euros (820 dólares) desconsiderados os impostos locais.
O lançamento vem no momento em que fabricantes de computadores começam a invadir o território dos celulares, com parceria entre a Dell e a China Mobile para lançar celulares inteligentes no maior mercado mundial de telefonia móvel e o lançamento de uma linha de celulares pela Acer alguns meses atrás.
Os netbooks, concebidos pela Asustek, de Taiwan, são computadores de baixo custo otimizados para navegar na Internet. Suas vendas devem dobrar este ano, para 26 milhões de unidades, com a ajuda do controle de despesas pelos consumidores.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast