Operários da Chrysler aprovam contrato coletivo contencioso

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Operários representados pelo sindicato norte-americano United Auto Workers (UAW) ratificaram um contrato coletivo de quatro anos com a montadora Chrysler LLC, anunciou o sindicato no sábado, encerrando uma batalha ferrenha que ameaçou jogar o acordo por terra.

Cinquenta e seis por cento dos operários horistas da produção da Chrysler votaram a favor do novo contrato, que vai permitir à montadora contratar novos empregados pela metade do salário dos atuais, para cumprir uma grande gama de funções nas fábricas da empresa.

O UAW representa cerca de 45 mil operários da Chrysler. Agora a liderança do sindicato vai voltar sua atenção para as negociações com a Ford Motor Co., que busca concessões grandes para tentar se refazer de um prejuízo recorde de 12,6 bilhões de dólares sofrido no ano passado.

Entre outras medidas de redução de custos, o contrato da Chrysler prevê a criação de um fundo que assuma as obrigações da empresa, no valor de aproximadamente 19 bilhões de dólares, com a assistência médica prestada a mais de 55 mil operários aposentados da empresa e 23 mil viúvos e viúvas de operários falecidos.

O sindicato defendeu o acordo coletivo, descrevendo-o como o melhor que foi possível fechar com a montadora privada num momento em que o setor automobilístico americano cogita em fechar fábricas e reduzir suas folhas de pagamento, para reagir à queda de sua participação nas vendas.

Nos últimos 15 dias, porém, a base operária e alguns dirigentes sindicais opuseram resistência ao acordo.

"Nossos filiados tiveram que enfrentar algumas escolhas difíceis, e promovemos um debate democrático em torno do novo contrato", disse o presidente do UAW, Ron Gettelfinger. "Agora vamos nos unir como sindicato, e cabe à empresa avançar, aumentar sua participação no mercado e continuar a fabricar ótimos automóveis e caminhões nos EUA."

As duas partes anunciaram um acordo provisório em 10 de outubro, após uma greve de seis horas na Chrysler.

Muitos empregados da Chrysler fizeram objeções a uma concessão histórica pela qual a empresa vai poder trazer operários novos para setores fora da linha de montagem, por apenas 14 dólares a hora -aproximadamente a metade do que ganha um operário mediano filiado ao UAW.

As negociações trabalhistas representaram um teste importante para a Cerberus Capital Management, a empresa de ativos privados que comprou uma participação majoritária na Chrysler da Daimler AG num negócio de 7,4 bilhões de dólares fechado em agosto. A Daimler conserva uma participação de quase 20 por aento na Chrysler.