Os operários que trabalham nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, e da Petroquímica de Suape (PE), decidiram na manhã desta quarta-feira (14) manter a greve iniciada em 31 de outubro, considerada ilegal pela Justiça do Trabalho. A decisão foi tomada em assembleia, realizada no complexo portuário e industrial de Suape (a 60 km de Recife). Houve tumulto com a PM quando um grupo de grevistas tentou retirar operários que trabalhavam nos canteiros de obras.
Policiais militares dispararam tiros de balas de borracha e lançaram bombas de efeito moral para conter os manifestantes. Não há registro de feridos graves. Após a confusão, os trabalhadores realizaram a assembleia e saíram em passeata, provocando congestionamento nas vias internas de Suape.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, com sede em Recife, que havia determinado a ilegalidade da greve, fixou multa de R$ 5.000 por dia, no caso de descumprimento da ordem.
Os 46 mil operários da refinaria e 8.000 da petroquímica reivindicam a equiparação salarial entre os trabalhadores que executam as mesmas funções nas duas empresas. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem (Sintepav) de Pernambuco, Aldo Amaral, a diferença chega a mais de 40% em algumas funções.
A advogada do Sindicato Nacional das Indústrias da Construção Pesada-Infraestrutura, Margareth Rubem, disse que as empresas oferecem reajustes que variam de 1% a 30%.De acordo com ela, 50% dos operários voltaram aos canteiros de obras. O sindicato dos trabalhadores diz que a adesão à greve é "praticamente total".
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