O investidor que já tem cotas dos Fundos de Investimento em Petrobras com recursos do FGTS deve analisar com cuidado a possibilidade de aderir ao aumento de capital. Isso porque a operação inclui um risco adicional: o de a exploração do pré-sal sofrer atrasos ou revelar-se menos lucrativa do que se antecipa.
"Acho sempre interessante manter um portfolio de investimentos diversificado, que inclua ações", observa Luiz Augusto Pacheco, analista da corretora Omar Camargo. Para ele, com FGTS ou sem, a possibilidade de subscrever ações da Petrobras é uma opção interessante. Apesar disso, ele observa que há diferenças entre o movimento atual e aquele em que foram criados os fundos de privatização, em agosto de 2000. "Acho um pouco mais arriscado", observa. As razões são várias. "Pode ser que, quando os poços do pré-sal estiverem prontos para produzir, o preço do petróleo esteja muito baixo, ou que o custo de produção se revele alto demais", observa.
Segundo o economista Mário de Almeida, da corretora Gradual Investimentos, o mercado está cauteloso em relação ao tamanho da oferta, que será crucial para a evolução dos preços esse fator é importante para os investidores em ações, e não do FGTS. Essa seria a principal razãopara a queda nos preços da empresa no ano (3,76% para as preferenciais e 5,16% para as ordinárias). Ele avalia que o momento é de observar.
"Muitos grandes investidores venderam papéis e estão esperando para ver até onde os papéis podem cair", diz. Segundo a equipe de análise da Gradual, o preço-alvo para as preferenciais é de R$ 48,20 para o fim do ano, o que representa um potencial de alta de 22% em relação ao fechamento de ontem.