Os esforços do líder do partido conservador Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, para tentar formar um governo de coalizão na Grécia após a renúncia do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, voltaram a fracassar neste sábado (22). Isso praticamente enterra as chances de o país não ter uma nova eleição geral, a sexta em oito anos.
O líder conservador mostrou a intenção de negociar até o prazo máximo de três dias previsto pela legislação para constituir um novo Executivo e impedir, assim, a convocação da eleição. Ele precisa, porém, do respaldo de 120 deputados, algo que só será alcançado se conquistar o apoio da maior parte do Syriza, principal força parlamentar e partido do primeiro-ministro.
Em entrevista à emissora “Mega”, o porta-voz do Nova Democracia, Kostas Karagounis, afirmou que o líder do partido conversará com o ex-primeiro-ministro. O objetivo é evitar as eleições antecipadas até domingo, quando termina o prazo previsto em Constituição.
Na sexta-feira (21), na primeira reunião realizada com Stavros Thedorakis, representante do liberal To Potami, o líder do Nova Democracia ouviu que a atual formação do Parlamento não permite a elaboração de um governo de coalizão antes da nova eleição.
A mesma resposta foi dada pela presidente dos sociais-democratas do Pasok, Fofi Yenimata, que afirmou que os deputados não podem concordar com um novo governo sem eleições.
Meimarakis, no entanto, deve continuar a fazer contatos ao longo do dia e se reunirá com o líder do recém-criado Unidade Popular, Panagiotis Lafazanis. O grupo foi criado na sexta-feira a partir da cisão do Syriza e já conta com 25 deputados, transformando-se na terceira maior força do Parlamento, à frente do partido de extrema-direita Amanhecer Dourado.
Se o líder do Nova Democracia não obtiver sucesso em sua empreitada, um governo de transição será formado com a única missão de organizar novas eleições no prazo máximo de 30 dias. Dessa forma, é bem provável que o pleito ocorra em 20 de setembro.
Resgate
A campanha eleitoral deve atrasar a implementação das reformas fiscais e estruturais acertadas com os credores, pois o governo interino dificilmente terá mandato para tomar decisões sobre essas questões.
A porta-voz do governo, Olga Gerovasili, disse que é a vez de o povo julgar as decisões tomadas por Tsipras para salvar o país, em referência às medidas de austeridade.
A antecipação eleitoral vinha sendo discutida desde a aprovação do terceiro resgate no Parlamento. O Parlamento grego aprovou na semana passada a lei sobre o terceiro resgate estipulado com as instituições credoras durante uma longa sessão em que se tornaram evidentes mais uma vez as dissidências no governante Syriza.
A aprovação do resgate contou com 222 votos favoráveis, 64 contra, 11 abstenções e três ausências em uma câmara com 300 deputados.
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