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Taxa de juros

Oposição diz que governo transfere responsabilidade da culpa sobre aumento dos juros

Rogério Marinho
Senador Rogério Marinho afirma que governo não toma medidas reais para controlar o aumento da dívida pública. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN) afirmou nesta quinta (30) que o governo não assume a sua responsabilidade sobre as causas que levaram ao aumento da taxa básica de juros desta semana e que, mesmo tendo maioria no Banco Central, ainda culpa a antiga gestão.

Marinho afirmou que o governo transfere a responsabilidade a outros ao negar a necessidade de um ajuste fiscal real para controlar o crescimento da dívida pública brasileira. Isso, diz, provoca um “ciclo vicioso que tem prejudicado os mais humildes que o PT diz que defende”.

“O governo não entende que isso é causado pela sua irresponsabilidade do ponto de vista fiscal, e fica transferindo responsabilidade. Passamos dois anos escutando a presidente do PT [Gleisi Hoffmann], o próprio presidente Lula, reclamando do Banco Central e dizendo que essa taxa de juros impedia um maior crescimento econômico. [Isso] mudou”, disse Marinho em entrevista à GloboNews.

Ele emendou lembrando que Gleisi Hoffmann chegou a acusar o ex-presidente Roberto Campos Neto de já deixar acordado que aumentaria os juros neste ano, e que teve uma postagem nas redes sociais corrigida pelos usuários.

“Ontem [quarta, 29], já teve a reunião comandada pelo [Gabriel] Galípolo e outros cinco diretores indicados pelo governo do PT, e a gente não viu mudança de narrativa. [...] Ela não está entendendo que na hora que se gasta mais do que se arrecada, que não se faz o dever de casa, não se faz uma reforma administrativa consistente, não se limita supersalários, não se trabalha com os demais Poderes pra se fazer um grande pacto de diminuição dos gastos públicos, nós vamos continuar a ter essa autofagia, essa canibalização e esse ciclo vicioso que tem afetado principalmente os mais humildes que o PT diz que defende”, disparou Marinho.

O Banco Central elevou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros nesta quarta (29), a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano já sob a presidência de Galípolo, passando de 12,25% para 13,25%. Há a sinalização de mais um aumento igual na próxima reunião, em março.

O senador afirmou ainda que, nos últimos dois, até tentou ajudar o governo a aprimorar os projetos econômicos enviados ao Congresso para votação, fazendo propostas que acabaram sendo derrubadas em meio à tramitação. Ele citou, por exemplo, que apresentou mudanças para tornar o arcabouço fiscal mais exequível, mas disse ter “mordido a língua” ao ver que o cumprimento das regras durou menos do que o pouco que ele imaginava.

“Por exemplo: o governo abriu mão da responsabilização dos gestores quando ultrapassava as metas que eram definidas. Tem que ter responsabilização. [...] Então fragiliza a questão da trajetória da evolução da dívida pública, que é o que tem dado essa insegurança no mercado”, pontuou.

De acordo com ele, “mais de R$ 90 bilhões foram varridos para debaixo do tapete” de gastos que não são contabilizados ou que entram na margem de tolerância da meta fiscal. Os dados consolidados de 2024 serão divulgados na tarde desta quinta (30) com previsão de rombo dentro da margem de tolerância, mas sem contabilizar gastos com a tragédia climática do Rio Grande do Sul e da forte estiagem que atingiu o país no ano passado.

“A gente tem um problema de credibilidade, em que o governo fala que vai apresentar um déficit de 0,1% do PIB, quando, na verdade, escondeu R$ 90 bilhões pela série de alterações feitas no arcabouço, que é uma lei extremamente recente”, afirmou.

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